domingo, 8 de maio de 2011

Oxala


Oxalá é a figura mais respeitada do candomblé no Brasil, por ser, segundo as lendas, o pai de todos os outros orixás. De ocordo com o mito, foi um dos criadores do mundo, tendo recebido de Olorum (Deus Supremo) a tarefa de modelar todos os seres humanos. O esteriótipo a ele associado é o do pai sábio e austero, que tem sob suas mãos todos as decisões sobre a vida dos que o cercam. Ao mesmo tempo que autoritário, é também sensível e compreensivo, pois sua força não se mostra usualmente através da violência, é sim pela capacidade de argumentar e provar que está certo. A ele são feito pedidos de todos os tipos, já que age em todos os campos através de seus filhos, mas é considerado o responsável direto pelo processo de fecundação.


ELEMENTO
Céu




DOMÍNIO
Criação (é o responsável pela fecundação)




COR
Branco




SAUDAÇÃO
Xeuê pa ... Babá! ou Epa Epa Babá!




COMIDA
Acaçã de arroz, com mel; ebó de milho branco




DIA
Sexta-feira




SINCRETISMO
Jesus Cristo

OXALÁ POR XOROQUE



Lembá, Kassulembá, Lambaranganga, Lembadilè, Oulissa, Oulisasa, Obatalá, Orìsànlá, Orixalá muitos são seus nomes, cuja variação mais uma vez, se dá em virtude da região na África que é conhecido. É inconstante sua posição única de "pai" dos Orixás, mais importante e elevado deus iorubá, o primeiro criado por Olodumaré ( O Deus supremo), é um orixá funfún (do branco).

QUALIDADES:



OXALÁ :

oxalá (o sol); oxaguian (o nascer do sol); oxanyin (oxalá moço); oxadinhan (oxalá moço); oxagiriyan (oxalá feminino); oulissa (oxalá no gege); Oxalufã ( oxalá velho); oxá olokun (oxalá do mar); orixalá (oxalá do meio dia); obi-am (esposa de orixalá); orixá okô (oxalá da agricultura); obá-okê – (oxalá da montanha); ora minhan (filho de odudua e obatalá); orixanlá (rei dos orixás); ifá (o espírito santo); canaburá (o nascer do dia), Obatalá, Odudua, Okin, Lulu, Ko, Oluiá Babá Roko, Babá Epe, Babá Lejugba, Akanjapriku, Ifuru, Kere, Babá Igbo, Ajaguna. Muitas são sua lendas e extensa é sua origem e história na África, matéria destinada aos estudiosos e mais aprofundados na religião Sendo os mais cultuados no Brasil,

Oxalufã "o velho" e Oxaguian "o moço" na sua forma "guerreira" de Oxalá que carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza, seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, rei de Ejigbo.

Na condição de velho e sábio, curvado ao peso dos anos, figura nobre e bondosa, carrega uma cajado em que se apóia, o Opaxoro, cajado de forte simbologia, utilizado para separação do Orun e o Ayié.

No Brasil é o mais venerável e o mais venerado, sua cor é o branco, seu dia a Sexta-feira, motivo pelo qual os candomblecistas em geral usam roupa branca na Sexta-feira e na virada do ano, num claro respeito e devoção a Oxalá.

Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá" que diz respeito a sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a volta do pai.

Esse respeito advém da sua condição delegada por Olorun, da criação e governo da ORUNMILÁ 

Orunmilá, também conhecido como Ifá, é o princípio da intuição, da premonição, os sentidos do espírito, o olhar que conhece o futuro. É o deus invocado no jogo de búzios, pois é ele quem conhece todos os destinos (odus), cabeças (oris) e caminhos.

Ele diz a Exu que movimente suas palavras até os búzios, indicando que orixá esta regendo uma pessoa, porque, com que destino. É considerado um avatar de Oxalá, pois ele estava no começo do mundo.

Olodumare (o universo) Obatalá (o principio), Oxalá (a criação), Oxaguiã (o conflito), Orunmilá (intuição), Odudua (o planeta terra), Ajalá (o oleiro q molda os oris - cabeças)e Fururu (o sopro de vida) são considerados Oxalá todos eles.

O começo de tudo.

O princípio dividido em oito, o infinito.

Diz o mito que Obatalá havia reunido todos os materiais necessários à criação do mundo e que mandou a Estrela da Manhã convocar todos os orixás a fim de começar o trabalho com sua ajuda. Mas na hora marcada, apenas Orunmilá apareceu.

Obatalá gostou muito da atitude de Orunmilá e o recompensou, ordenando à Estrela da Manhã que revelasse a Orunmilá todos os segredos da criação e do porvir.

E ela entregou a Orunmilá todos os segredos e materiais que compõem a vida humana, e que estavam escondidos há muito tempo dentro de uma concha de caramujo guardada num vaso que ficava entre as pernas de Obatalá.

Orunmilá tornou-se, desde este dia, o dono dos segredos, das magias, das fórmulas dos ebós, dos rituais, de tudo quanto envolvia o conhecimento da alma humana e de seu destino.

Ele conhece a vontade dos orixás e sabe com que matéria foi feito cada homem.

Outro mito narra que Orunmilá/Ifá é filho dos dois princípios mágicos.

Que nasceu mudo e não disse uma só palavra até a adolescência, quando seu pai lhe bateu com um bastão. E neste dia ele disse : "Gbê-medji", palavra que ninguém compreendia.

Quando apanhou de novo, tempos depois, disse: "Yeku-medji".

E assim, em diversas ocasiões, ele foi dizendo palavras, as 16 palavras q compõem o opelê-ifá.

Depois, disse a seu pai que se apanhasse mais poderia dizer muito mais que uma só palavra.

O pai então bateu muito em Orunmilá, que disse então que ele não ficaria na terra, mas que entregaria a seu pai uma herança que serviria eternamente para todos os deuses de Oxalá.

E explicou que os 16 nomes que havia dito eram os nomes de seus futuros filhos e que cada um deles tinha um conhecimento.

Que se transformaria numa palmeira e que com os caroços de seus frutos (seus filhos) se faria o jogo de Ifá, que poderia ser consultado quando se quisesse saber o futuro ou como resolver problemas.


COR
verde/amarelo




COMIDA
banana com sal.




NÚMERO
16




SÍMBOLO
iruke (um bastão de madeira, curvo)




DIA DA SEMANA
sexta-feira



AJALÁ

Ajalá é o oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável pela criação física dos homens, por seu corpo, sua cabeça (onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do ser humano; o tipo de barro, de maior ou menor qualidade, mais ou menos cozido (o que implica maior ou menor numero de problemas), mais claro ou escuro. Ajalá mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma série de materiais que determinam como será aquela pessoa, como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes, com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de vez em quando, repostos, o que é feito nos rituais do candomblé, entre eles a iniciação.

Diz um dos mitos que Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens com a lama do fundo dos rios e outros elementos da natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno.

Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas cabeças defeituosas, queimando algumas e deixando outras com o barro cru. A causa dos problemas que muitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou queimado, ou mal proporcionado feito durante alguma bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de cabeças ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do orixá. Depois que Ajalá terminava de fazer os oris (cabeças) Obatalá soprava nelas e lhes dava a vida.

Ajalá é considerado avatar de Oxalá, mantendo as mesmas características. Não é cultuado. Apenas louvado.





OXAGUIÃ

Oxaguiã, também conhecido como Ajagunã, é o conflito que antecede a paz; a revolução que antecede as transformações profundas; a instabilidade necessária ao dinamismo da vida e da sociedade e a busca do conhecimento. Por isso é compreendido como Oxalá moço, enquanto a paz, a tranqüilidade, a estabilidade, a sabedoria são compreendidos como Oxalá velho, Oxalufã. Ele é também guerreiro, e sente prazer em destruir para q o novo se estabeleça.

Um dos mitos diz que Oxaguiã nasceu apenas de Obatalá. Não teve mãe. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido.

Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado, branca. Apesar de feliz com sua cabeça. ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito. Foi quando um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu. Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo acompanhando o orixá. Foi então que Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça de inhame, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas.

A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.


COR
Branca e azul

NÚMERO
4



COMIDA
Inhame pilado




DIA DA SEMANA
sexta-feira



SAUDAÇÃO
Exeuê, babá!, Epa Babá!


OXALUFÃ

Oxalufã é o princípio da criação, o vazio, o branco, a luz, o espaço onde tudo pode ser criado, e também a paz, a harmonia, a sabedoria que vem depois do conflito (Oxaguiã). O fim do círculo e o recomeço. Oxalufã é o compasso do terra, Odudua. Caminha apoiado em seu cajado cerimonial, que é o também o símbolo da ligação que ele estabeleceu entre o Orun (o céu) e o Ayê (a terra). O grande pai Iorubá, considerado a bondade masculina.

São muitos os mitos que falam de Oxalá, mas o mais conhecido nos candomblés é o que conta que Oxalá sentia muitas saudades de seu filho Xangô, e resolveu visitá-lo.

Para saber se a longa viagem lhe seria propícia, foi consultar Orunmilá o deus adivinho, seu grande amigo. Este jogou os ikins (casca de caroços de dendezeiro) divinatórios e lhe disse que a viagem não se encontrava sob bons auspícios. E que se ele desejasse que tudo corresse bem deveria se vestir inteiramente de branco e não sujar suas roupas até chegar ao palácio, devendo também manter silêncio absoluto até o momento em que encontrasse seu filho.

E assim fez Oxalá.

Exu, contudo, que adorava atormentar Oxalá, disfarçou-se de mendigo e apareceu no caminho deste, pedindo a ajuda para levantar um pesado saco de carvão que se encontrava no chão. Sem poder responder nada e sendo piedoso, Oxalá levanta o saco de carvão para Exu, mas estando este saco com o fundo rasgado, abre-se e cai sobre Oxalá sujando sua roupa branca.

Exu ri loucamente e se vai..

Prevenido como sempre fora, Oxalá toma banho num rio e veste roupas brancas novamente. E segue seu caminho. Novamente Exu se disfarça e pede ajuda ao viajante, dessa vez para entornar um barril de óleo num tacho.

Sem poder responder para explicar e tendo boa vontade em ajudar, Oxalá levanta o barril e Exu o derrama sobre suas roupas, que desta vez não podiam mais ser trocadas, pois eram as últimas roupas limpas que Oxalá tinha para trocar.

Sujo e cansado, Oxalá vai seguindo seu caminho quando vê o exército de Xangô se aproximar dele, sinal de que estava bem perto de seu destino. Este, contudo, prende Oxalá, confundindo-o com um procurado ladrão. Como não podia falar, Oxalá nada diz e acaba jogado numa prisão durante sete anos.

Neste meio tempo o reino de Xangô entra em decadência: suas terras não produzem alimentos, os animais morrem, o povo fica doente.

Desesperado, Xangô chama um babalaô que ao jogar o ikin lhe diz que todo o mal do reino advém do fato de haver injustiça na terra do senhor da justiça.

Xangô vai então averiguar pessoalmente todos os presos de seu reino e descobre Oxalá pai na prisão. Desolado, coloca o velho pai sobre suas próprias costas e o carrega para o palácio, onde se encarrega de banha-lo e vesti-lo com sua alvas roupas, realizando a seguir uma grande festa.

A cerimônia do candomblé chamada "Águas de Oxalá" rememora este episódio.


COR
Branco




DIA DA SEMANA
sexta-feira




NÚMEROS
16 e 8




COMIDA
canjica




SAUDAÇÃO
Epa, Babá! Exeuê, Babá

LENDAS de OXALÁ



Olorun criou Obatalá, Olokum, Odudua e Orunmilá. Depois deu a Obatalá (o Oxalá original) a tarefa de criar o mundo, entregando-lhe uma sacola com um pó mágico. Mas Obatalá, instigado por Orunmilá, que estava zangado por ele não ter cumprido os rituais antes de partir, bebeu muito vinho de palma e adormeceu. Então, seu irmão e rival Odudua roubou a sacola e usou o pó para criar o mundo antes de Obatalá acordar. Obatalá foi castigado com a proibição de usar produtos do dendezeiro e bebidas alcoólicas; mas, como consolação, recebeu uma argila para modelar os humanos. Mas, como não levou a sério a proibição, continuou bebendo e, nos dias em que se excedia, fazia as pessoas tortas ou mal cozidas. É por isso que os deformados e os albinos são filhos de Oxalá. 

Oxalufã morava com o filho Oxaguiã. Quando resolveu visitar o outro filho, Xangô, Ifá disse que ele correria perigo na viagem; mandou levar 3 mudas de roupa, sabão e ori (creme de dendê ); e recomendou que não brigasse com ninguém. Na viagem, Oxalufã encontrou Exu Elepó, que o abraçou e sujou de dendê; controlando-se para não brigar, ele se lavou, vestiu roupa limpa e despachou a suja com ori. Isso se repetiu com Exu Eledu, que o sujou de carvão, e com Exu Aladi, que o sujou com óleo de caroço de dendê. Adiante, encontrou um cavalo que havia dado ao filho Xangô; quando o pegou, os criados de Xangô chegaram, pensaram que ele estava roubando o animal e o jogaram na prisão, onde ficou por 7 anos. Nesse tempo, o reino sofreu seca, os alimentos acabaram e as mulheres ficaram estéreis. Ifá disse que a causa era a prisão de um inocente. Xangô mandou revistar as prisões e reconheceu o pai. Ele mesmo o lavou e vestiu, e então o reino voltou a ser próspero. 



Oxalá por Athens

Òrìsà da Criação !!!



Um dia Oxalufã, que vivia com seu filho Oxaguiã, velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyó em visita a Sàngó, seu outro filho. Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal. Mesmo assim, Oxalufã, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho. Seria uma forma de não perder a vida.

Em sua caminhada, Oxalufã encontrou Èsù três vezes. Três vezes Èsù solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufã. Três vezes Oxalufã ajudou Èsù, carregando seus fardos imundos. E por três vezes Èsù fez Oxalufã sujar-se de azeite de dendê, de carvão, de caroço de dendê. Três vezes Oxalufã ajudou Èsù. Três vezes suportou calado as armadilhas de Èsù. Três vezes foi Oxalufã ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes.

Finalmente chegou a Oyó. Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Sàngó. Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao amigo. Mas neste momento chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido. Viram Oxalufã com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal. Maltrataram e prenderam Oxalufã. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro. Mas, no cárcere, muito magoado, usou seus poderes para vingar-se do povo. Assim, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino.

Sàngó desesperado, procurou um babalaô que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera. Disse-lhe também que o velho nunca havia reclamado, mas que sua vingança tinha sido a mais terrível.

Sàngó correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era Oxalufã. Sàngó ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco. E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufã. Sàngó vestiu-se também de branco e nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalá e todo o povo saudava Airá, o Sàngó Branco. Depois Oxalufã voltou para casa e Oxaguiã ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.
Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orunmilá com quem ela deveria casar. Orunmilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orunmilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás. 

Certa vez, quando os Orixás estavam reunidos, Oxalá deu um tapa em Exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou, já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos

Oxalá na Umbanda Esotérica


OXALÁ
(Data festiva : 25 de dezembro) 
É o símbolo da pureza e do amor; orixá da criação; Senhor Supremo que vibra sobre todos os filhos da Terra. Seu dia é o domingo. Sua morada são as praias e as colinas desertas. Suas cores são: branco e dourado. Sua imantação é a canjica branca com mel. É o senhor do ouro, do aloés e do cristal de rocha. Não tem qualidades, e é sincretizado em Jesus Cristo.

Oxalá por TUROMM:
OXALÁ
(oxa: “luz”; alá: “branca”)





DIA DA SEMANA
sexta-feira



COR
branca



SAUDAÇÃO
Epa, babá! (“Salve, pai!”).



NÚMERO
10



ELEMENTO
ar



DOMÍNIO
(céu), a criação.



SINCRETISMO
Jesus Cristo



COMEMORAÇÃO
não tem


FLORES
rosa e palma brancas



Ervas: agapanto branco, aguapé, alecrim de caboclo, alecrim do campo, algodoeiro, alfazema, anis doce, arroz, badiana, calistemo fênico, camélia, camomila, angélica, chapéu de couro, colônia, coentro, cravo da Índia, espirradeira, espinheira santa, eucalipto, pichuri, folha da costa, funcho, girassol, hortelã, jasmin, laranjeira, levante, manjericão, manjerona, mastruço, obi, nogueira, palma de Oxalá, rosa branca, saião, boldo.

VELA
branca (pureza e paz)





INSTRUMENTO
paxoró (espécie de cajado)





EQUIVALÊNCIAS
Tarot - Carta n.º 4 O Imperador (Oxaguian) Carta n.º 19 O Sol (Oxalufan)
Baralho Cigano - Carta n.º 31 - O Sol





Oxalá, o mais importante e elevado dos deuses iorubanos, foi o primeiro a ser criado por Olorum, o deus supremo. Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de criar o mundo. De sua união com Iemanjá resultou o nascimento da maioria dos orixás e da linha do horizonte, dividindo o céu e o mar. É considerado o pai de todos os orixás na cultura iorubana. Equilíbrio positivo do universo é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos da terra e do cosmo. É considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da compreensão, do entendimento, do fim da confusão. Oxalá é orixá que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano, o fim com a certeza do dever cumprido. A morte deve ser encarada com naturalidade como encaramos os demais assuntos da nossa vida, pois ela faz parte da natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim. Exu inicia, Oxalá termina. É assim nas rodas de Candomblé, nos Xirês, quando louvamos todos os orixás. É ele que sempre atuará como mediador para acalmar discórdias em qualquer plano e produzindo uma solução, uma definição.

Oxalá era marido de Nanã, senhora do portal da vida e da morte. E por determinação dela, somente os seres femininos tinham acesso ao portal, não permitindo aproximação de seres masculinos em hipótese alguma. Determinação que servia também para Oxalá, que com o passar do tempo não se conformava com esta decisão, não só por ser marido de Nanã, como por sua própria importância no panteão dos orixás. Assim pensou até que encontrou uma forma de burlar as determinações de sua esposa. Não fugindo de sua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o adê (coroa) com os chorões no rosto, próprio das iabás e aproximou-se no portal satisfazendo enfim sua curiosidade. Foi pego, porém, por Nanã no exato momento em que via o outro lado da dimensão. Nanã aproximou-se e determinou:

- “Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher para desvendar um segredo tão importante, vou compartilhá-lo contigo. Terás, então, a incumbência de ser o princípio do fim, aquele que tocará o cajado três vezes ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirá te desfazer das vestes femininas e, daqui para frente terás todas as oferendas fêmeas!”.

E Oxalá passou a comer não mais como os demais santos aborós (homens), mas sim cabras e galinhas como as iabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no senhor do princípio da morte e conheceu todos os seus segredos.

O SENHOR DA VIDA É UM RARO CASO DE MONÓGAMOS ENTRE OS ORIXÁS AFRICANOS



Oxalá ou ORIXALÁ (Orixá nlá, "o grande orixá" é o herdeiro do poder absoluto de Olorum de quem recebeu o "saco da criação", gerador do mundo. 
Muitas são suas lendas e extensa é sua origem e história na África, matéria destinada aos estudiosos e mais aprofundados na religião. Sendo os mais culturados no Brasil, Oxalufon (o velho" e Oxaguian "o moço" na sua forma "gueirreira" de Oxalá que carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza, sem templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjigbó, rei de Ejigbo. Na condição de velho e sábio, curvado ao peso dos anos, figura nobre e bondosa, carrega um cajado em que se apoia, o Opaxoró, cajado de forte simbologia, utilizado para separação do Orun e o Ayié. No Brasil é o mais venerável eo mais venerado. Sua cor é o branco, seu dia a sexta-feira, motivo pelo qual os candomblecistas em geral usam roupa branca na Sexta-feira e na virada do ano, num claro respeito e devoção a Oxalá. Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá" que diz respeito a sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian",para festejar a volta do pai. Esse respeito advém da sua condição delegada por Olorun, da criação e governo da humanidade.

OXALÁ - O COMEÇO E O FIM
"EPA BABÁ-EPA Ô!"


"O Grande Orixá", ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orixá e o mais elevados dos deuses yorubás.
É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro.
Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo, onde as palavras não podem ser ouvidas. Por apreciar muito vinho de palma, embriagando-se frequentemente, perceu a chance de criar a terra e tornou-se responsável pela moldagem das pessoas e ficou proibido de beber ovinho.
Teimoso, às vezes passa por cima dessa regras. Pessoas com defeitos de nascença, provocados por ele, lhe pertencem. Ele as protege para se redimir. Muda de nome conforme a situação. Lento como um caramujo, todo de branco como seu ritual exige, é conhecido como Oxalufã. Enérgico e guerreiro, de colar branco com azul real, é Oxaguiá. Em todas as versões é Orinxalá, Obatala o Rei do Pano Branco. 
OXALÁ - òRÌSÀÁLÁ ("A LUZ BRANCA) é o governante da vida. Está associado à matriz cósmica, como principio masculino e feminino do poder cosmogenético. Criador do mundo inorgânico, preside a passagem do sobrenatural à existência física (nascimento) e também a morte, quando se perde a individualidade e silêncio. Onde há desavenças, Oxalá se envolve na pureza do branco, e brilha emitindo luz para proteger seus seguidores. É o grande Pai. 
Oxalá, o herdeiro do poder absoluto de Olorum, de quem recebeu o "saco da criação", gerador do mundo. Oxalá, porém, abusou do vinho de palma e adormeceu, completamente embriagado. Odudua, outra criatura de Olorum, foi fenunciar Oxalá e obteve para si o "saco da criação", o qual continha uma substância marrom. Era terra e, espalhada por Odudua sobre as águas, deu lugar ao surgimento das ilhas e territórios. 
Ao despertar da embriaguez, Oxalá foi castigado por Olorum,que o proibiu de tomar vinho de palma e até mesmo de usar azeite-de-dendê. Em compensação, deu-lhe a argila com que poderia modelar o corpo dos homens, que ganhariam vida com o sopro de Olorum. 
Oxalá, porém, não levava a sério a probição de beber vinho de palma e, cada vez que se excedia, os homens saíam de suas mãos com defeitos físicos ou saíam mal cozidos, esbranquiçados. Uns e outros, mal formadoe e mal cozidos, seriam consagrados a Oxalá, tornando-se cavalos de orixá.
Esse mito cosmogônico, que reproduzimos muito resumido, é também um mito etiológico, ao apontar a causa da proibição ao orixá do vinho e do azeite provenientes do dendezeiro. 
A rivalidade Oxalá-Odudua reflete lutas travadas num passado histórico e tiveram como palco o território de Ijexá, em Ifé e regiões vizinhas, à margem esquerda do rio Oxun.

ORIXÁ BABÁ, "O SANTO-PAI"


O princípio da geração é simbolizado pelas duas meias cabaças que se justapõem: Obatalá (o Céu) e Odudua (a Terra). Essa divina cópula criadora deu lugar a várias confusões, no sentido de determinar qual dos dois é o orixá masculino e qual o feminino. Autores dão Oxalá e Odudua, ora como macho, ora como fêmea. Afirmou-se, assim, ser Oxalá uma divindade andrógina. Roger Bastide (no livro: "O Candomblé da Bahia") como exemplo da bissexualidade de Oxalá, menciona verso de um cântico recolhido por Artur Ramos num candomblé baiano: 
"Oxalá-rei, ô mãe de Deus".
Não se deve, porém, apressar as conclusões.
É universal a ideia de que o Céu é uma divindade solar e a Terr, uma divindade lunar. Vale dizer que o primeiro é um deus-rei, dono da chuva e do sol, que fecundam a terra-mãe, deusa da fertilidade. Tal conceito é de todas as mitologias. 
Verger dá Yemowo como a mulher de Obatalá-Orixalá na África, onde as imagens de ambos são enfeitadas com uma série de traços e pontos feitos com efun (giz branco). E o próprio Bastide considera a masculinidade de Oxalá, ao mencionar que, na Bahia, considera-se que esse orixá tem duas esposas: Nanã Buruki, que lhe deu os filhos Omolu, Loko e Oxunmaré, e Iemanjá, que gerou os outros orixás, deuses eveméricos. 
Na união do homem e da mulher, Exu comando o ato sexual, abre os caminhos. Mas é Oxalá, o deus da criação, quem preside ao desenvolvimento da criança no útero. 
Oxalá é o orixá da procriação, das forças vivas na natureza. Constitui, assim, o elo de ligação entre Olorum e o universo, com a terra e as águas, os deuses e os mortais. Criou esse universo unindo-se a Odudua. E de suas mãos surgiu o primeiro casal - Okikichi e Ifé - o Adão e Eva iorubás.

OBATALÁ, "O REI DO PANO BRANCO"



Obatalá - Obá(ti)alá - é o rei da alvura e da pureza. 
O branco, a cor de Oxalá, pertence ao ritual do candomblé; nas vestes dos sacerdotes, das sacerdotizas e das filhas-de-santo, quando estas não estão paramentadas com a vestimento dos respectivos orixás,já incorporados. Durante todo o período de iniciação, as filhas vestem-se de branco, "um rito de criação: uma nova personalidade está em vias de ser modelada".
Oxalá costuma manifestar-se no candomblé sob duas formas diferentes:
Oxalufá - o Oxalá velho. Dança como um homem vergado pela idade, corcunda, apoiado ao paxorô, cajado de metal branco com pequenos sinos e encimado por um pássaro. Carinhosamente chamado de Papai e Velhão.

OXAGUIÁ, O OXALÁ MOÇO



. Um jovem guerreiro altivo e desempenado, empunhando espada e escudo, com uma mão de pilão à cintura. Relembra o pilão de Xangô, que triturou o milho no banquete festejando o regresso de Oxalufã, conforme consta do mito relatado a seguir.

A VIAGEM DE OXALUFÃ AO REINO DE XANgÔ



Oxalufã, (o Oxalá velho), que vivia no reino de seu filho Oxaguiã (o Oxalá moço), um dia sentiu fortes saudades de seu amigo Xangô e resolveu ir visitá-lo no reino vizinho, Oyó.

Consultou um babalaô, que o aconselhou a não empreender a viagem, que resultaria totalmente adversa.

Oxalufã ficou muito triste, mas a saudade foi mais forte: ele voltou ao babalaô e perguntou se não haveria algum sacrifício capaz de anular as adversidades previstas.

Diante da insistência, o babalaô advertiu que Oxalá teria de enfrentar inúmeros perigos e infortúnios, mas que a viagem poderia chegar a bom termo se, ao longo do caminho, ele se dispusesse a prestar qualquer serviço que lhe pedissem, sem reclamar nada em circunstância alguma.

Aliviado e feliz, o velho Oxalá partiu a passos lentos, apoiado ao seu paxorô. 
No caminho, Oxalufã encontrou Exu, que lhe pediu que jo ajudasse a carregar uma barrica de azeite-de-dendê.

Logo Exu, às gargalhadas, derrubou todo o óleo da barrica em cima do velho Oxalá.

Este, sem uma única palavra de reclamação, lavou-se e mudou de roupa.

A mesma cena se repetiu outras duas vezes, em que Exu derrubou um saco de carvão e uma barrica de óleo de amêndoas sobre Oxalufã, que prestava cada serviço que lhe era pedido, sem queixas e sem revoltas.

Assim, em longa e acidentada viagem, Oxalá penetra no reino de Xangô, rei de Oyó.

Avista num milharam um cavalo fugido e tenta aprisioná-lo, para restituir ao seu dono. Nisso chegam os servos de Xangô, a quem pertencia o cavalo.

Pensando que era Oxalufã quem havia roubado o animal, os servos quebraram-lhe braços e pernas a pauladas, atirando-o por fim numa prisão.

Sete anos se passaram. Xangô, no seu trono, sentia indefinível tristeza.

As mulheres do reino se tornaram estéreis e as roças não produziam mais colheitas.

Consultado um babalaô, este anunciou que todas as desgraças eram porque um inocente sofria na prisão. Xangô ordenou que todos os prisioneiros fossem trazidos à sua presença e reconheceu seu velho amigo.

Tudo fez, então, para compensar tanto sofrimento e tanta humilhaão, tratando-o com todo o cuidado e carinho.

E como Oxalá tivesse as pernas partidas, Xangô carregou-o nos braços ou nas costas até o palácio de Oxaguiã.

Este, que estava preocupadíssimo com a longa ausência do pai, manifestou seu regozijo com um grande e festivo banquete.

O mito da aventurosa viagem de Oxalufã é revivivo no candomblé com a cerimônia das Águas de Oxalá.

Na Bahia uma das festas sincreticas mais importantes é a lavagem das escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, dedicada tanto ao santo/filho de deus católico como a divindade africana, sendo uma variação profana da grande festa a que nos referimos acima, chamada "Àguas de Oxalá".

Esta festa consiste na purificação do terreiro na abertura do tempo sagrado, ou seja, no período em que acontece uma série de grandes festas em sequência - o que corresponde ao princípio do ano zodiacal, na Astrologia.

Geralmente se dá na última sexta-feira de agosto, quanto os filhos e filhas de santo, vestidos de branco, vão em fila e em silêncio às fontes do terreiro buscar água para renovar as quartinhas e para lavar os otás assim como para lavar os símbolos de Oxalufã, o Oxalá velho, que uma semana antes tinham seido retidados do altar e colocados numa cabana fora da casa de Oxalá.

(Orisá nla) Oxalá é na realidade o único deus dos Yorubás.

Ele é o senhor de todas as coisas, senhor supremo do universo.

O que causa confusão na cabeça das pessoas é na verdade não conhecer a mitologia dos orixás de origem yorubá.

Orisalá - Obatalá - Orunmila- Oguian - Oloroke - Olodumare- Olorun, na realidade não são nomes, mas títulos do mesmo Orixá. Orixalá não é nada mais que "Orisa-nla.

Como sabemos, Orixá é o dono da cabeça, e nela é grande.

Com o nome de Olodumare ele criou o mundo em que vivemos e todas as coisas que ela contem.

E para que seua tarefa não fosse solitária ele criou os Orixás, deu a cada um deles uma tarefa específica, ficando consigo a tarefa de administrar o AYE (o Mundo).

Os mitos deste Orixá sempre se confundem, ou se misturam com os mitos da criação, onde ele sempre é primordial.

Comanda a ação, por meio de ordens ou intervindo nos conflitos gerados por suas ordens a outros.

Vejamos, por exemplo, no mito da criação do mundo "ocorre o conflito entre Obatala e Oduwa.

Muito embora a causa do conflito não seja o próprio, é Exu, que na realidade nada mais é que a memória da criação ou o próprio Olodumare.

Fica patente que ele dá as ordens, e arquiteta o planejamento de tudo; mas coloca Exu nos caminhos para que seja pago o devido imposto a ele mesmo.

No caso em questão ele determina a Oduduwa que vá criar o mundo; Oduduwa vai incontente fazer o mandado, e não dá nenhuma satisfação a Exu, que já havia dito, que se não fossem feitos os sacrifícios necessários, nada se consumaria.

Para quem era o sacrifício?

Para o próprio Olodumare na forma de Orunmila (nome) senhor dos caminhos e para Exu senhor das realizações.

Fica a meu ver patente que há aqui uma duplicidade de identificação, entre Olodumare e Orunmila.

Exu entra no mérito da questão apenas como o cobrador de impostos do próprio Olodumare.

Em outro mito sobre a criação, aos 16 Odús sob as ordens de Olodumare, moram na terra enquanto fazem suas tarefas da colonicação.

E em determinado momento entram em conflito entre si, após muitas idas e vindas na tentativa de falar com Olodumare, Orunmila (Ifá), resolve o problema através do nascimento do 17º Odú, que se chamaria Oseuwa ou Osetura, que nada mais é que Exu renascido para colocar o mundo nos eixos mais uma vez.

Seja qual for o nome com que Oxala seja cultuado, ele será sempre senhor de tudo e de todas as coisas que compõem o universo.
Está ligado a todas as coisas desde a criação até a morte, pois um de seus filhos é Egun, ou a própria morte.

Ele sempre esteve ligado ao mito agrário pois, descende da palmeira, e é sempre designado por Iwin, que no Brasil é incorporado ao seu nome, quando da feitura de santo nas casas de Candomblé.

Outro aspecto importante é sua ligação com o branco na qualidade de Orixa Funfun em contradição com o vermelho ao qual se liga em homenagem ao corrimento menstrual.

Dando, assim, um valor diferenciado à mulher que na cultura Yoruba, da mesma forma que nas culturas antigas, não assume papéis de relevância na religião; ele assume uma atitude em prol das mulheres, como também faz com que os outros Orixás passem a fazer o mesmo.

Enquanto Exu é o princípio, Oxalá é a origem da própria ancestralidade de modo que um não pode viver sem o outro, e nós não podemos viver sem ambos.

Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos Orixás.

Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orumilá com quem ela deveria casar.

Orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orumilá para marido de Iemanjá.

Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás.

Certa vez, quando os Orixás estavam reunidos,

Oxalá deu um tapa em Exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou, já curado.

Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal.

Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal.

A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá.

Oxalá se esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos.

O MAIOR DE TODOS OS ORIXÁS



Oxalá, Orixalá, Obatalá (nagôs), Olissasse, Lissá, Mawu-Liçã (jejes), Lembaranganga, Kassubeká (angolas), Lembá (congos), Ganga Zumba (cabindas), Inacoude Jegun (tapas). Kassulembá, Lembadilè, Oulissa, Oulisasa, Orisànlá (muitos são seus nomes, cuja variação mais uma vez, se dá em virtude da região na África que é conhecido. Mais importante e elevado deus iorubá, o primeiro criado por Olodumaré (O Deus supremo), é um orixá funfún (do branco). 
Qualidades: Oxalá (o sol); oxaguian (o nascer do sol); oxanyin(oxalá moço); oxadinhan (oxalá moço), oxagiriyan (oxalá feminino); oulissa (oxalá no gege); oxalufan (oxalá velho); oxá olokun (oxalá do mar); orixalá (oxalá do meio-dia); obiam (esposa de orixalá); orixá okô (oxalá da agricultura); obá-okê (oxalá da montanha); ora minhan (filho de odudua e obatalá); orixaniá (rei dos orixás); ifá (o espírito santo); canaburá (o nascer do dia), Obatalá, Odudua, Okin, Lulu, Ko, Oluiá, Babá Roko, Babá Epe, Babá ejugba, Akanjapriku, Ifuru, Kere, Babá Igbo, Ajaguna. 


SÍMBOLOS
Cajado (Opaxorô ),pilão (eninodô), caramujo, dente de elefante e pedacinhos de marfim dentro de um anel de chumbo. 


DIA RITUAL
Sexta-feira - domingo também lhe é consagrado.



FESTA
29 de junho, dia de São Pedro e São Paulo.


COR
branco, marfim, pérola, prata. 


NATUREZA
oceanos, rios, céu, montanhas, cumes.


ELEMENTO
Ar


METAIS
prata, platina e estanho.


PEDRAS
pedra-da-lua, esmeralda, diamante, marfim.


PERFUMES
lírio, alfazema, colônia, cálamo aromático.
Como usar: passar às sextas e domingos


PLANTAS
boldo, saião, inhame, malva.


ANIMAIS
caramujo.


COMIDAS
acalça, inhame, arroz, cuscuz, canjica.


BEBIDA
água.


FILHOS FAMOSOS
Moisés, Noé, Newton, Einstein, São Pedro, Martin Luther King.


COLARES
suas guias são de contas de um branco leitoso, lavadas em água de lírio-branco.


SACRIFÍCIOS
pombo, cabra, conquém (galinha-d'angola),pata.



COMIDAS SAGRADAS
milho branco, arroz sem sal, catassol (igbin), este último um caracol, também chamado "boi de Oxalá".



TABUS ALIMENTARES (EHÔ)
vinho de palma e azeite-de-dendê.


OFERENDAS
canjica cozida com mel e coberta com clara de ovos batida, entregues nas igrejas e nos montes. E também arroz, milho Branco, e Massa de Inhame.



SINCRETISMOS
Sincretizado com o Senhor do Bonfim (Oxalufã, Oxalá velho segundo domingo depois do Dia de Reis, em janeiro). Menino Jesus (Oxaguiã)Oxalá moço identifica-se também com o Espírito Santo. Nos xangôs do Recife, onde não existe Oxalá moço, é o Padre Eterno. No Rio de Janeiro e em outros Estados é Jesus Cristo.


DOMÍNIO
Céu (ORUN), AR e CRIAÇÃO.


O QUE FAZ
dá felicidade, progresso, saúde.


QUEM É
o Grande Pai celeste, senhor das almas bem-aventuradas.


AXÉ(FORÇA EMANADA)
Purificação, sabedoria, criação, tranquilidade.


CARACTERÍSTICAS
líder, benevolente, generoso, responsável, confuso, ansioso, rígido, hopocondríaco.


QUINZILA
cachaça, dendê, bichos escuros.



RISCOS DE SAÚDE
circulação deficiente, problemas dos rins.




PRESENTES PREDILETOS
flores e velas brancas, mel, suas comidas e bebidas.


FOLHAS
Teté - bredo sem espinhos; Orim-rim - Alfavaquinha; Odum-dum - Folha da costa; Ibim - folha de bicho; Ierim - Folha de vintém; Omim - Beldroega; Omim-ojú - Golfo branco; Jacomijé - Jarrinha; Tinin - Folha de neve branca; Cana-do-brejo; Pachorô - Folha da costa branca; Monam - Parietária; Bala - Taioba; Jamim - Cajá; Ori-dum-dum - Folha da fortuna; Aferê - Mutamba; Obô - Rama de leite; Omim-ibá-ojú - Folha de lei.



OBSERVAÇÃO
Oxalá é o Orixá dos inhames novos, unido ao Orixá da agricultura. Sua festa ligada ao início do ano agrícola é em agosto e setembro, e inclui a renovação da água do templo e a lavagem dos objetos de culto.


SAUDAÇÕES
EXÊ-Ê-BABÁ ! (Oxalufã, o Oxalá Velho) e EP-EP-BABÁ! (Oxaguiã, O Oxalá moço)
EPA BABÁ!

ARQUÉTIPO



Oxalá é a figura mais respeitada do candomblé no Brasil, por ser, segundo as lendas, o pai de todos os outros orixás. De acordo com o mito, foi um dos criadores do mundo, tendo recebido de Olorum (o deus supremo) a tarefa de modelar todos os seres humanos.


O estereótipo a ele associado é o do pai sábio e austero, que tem sob suas mãos todas as decisões sobre a vida dos que o cercam. Ao mesmo tempo que autoritário, é também sensível e compreensivo, pois sua força não se mostra usualmente através da violência, e sim pela capacidade de argumentar e de provar que está certo.

Como já informamos, Oxalá tem a cor branca, que pode ser identificada como a cor do próprio culto do candomblé. A ele são feitos pedidos de todos os tipos, já que age em todos os campos através de seus filhos, mas é considerado o responsável direto pelo processo de fecundação.


Há grandes semelhanças entre os Orixás e os deuses do Olimpo, cultuados pelos gregos. Oxalá simboliza o Sol e identifica-se com APOLO e seu dia é o domingo.


Oxalá é o grande pai, o respeitável e tradicional chefe de família, o pilar da sociedade. É aquele Orixá que fica mais jovem conforme envelhece, que não gosta de errar e contenta-se com pouco, lembrando CAPRICÓRNIO.


Ele também se preocupa com as pessoas, compreende o mundo e suas idiossincrasias, é um sábio, um curador. É sensível à bebida, estando sujeito também a outros vícios. Ele não tem pressa, nem é machão. Por essas características está ligado a PEIXES .

Ele possui um timbre de voz especial, o que muitas vezes o dirige para a música ou alguma forma de arte: costuma ter problemas de garganta e é bastante sensual, sendo também um deus de fertilidade. Nestes casos, parece-se com TOURO.


Os filhos de Oxalá são arrojados, mas muito briguentos.


Oxalá tem como elemento o AIÊ, que para nós, candomblecistas, é o todo, o Universo, é o AR que respiramos, é a nossa vida.


Vungi, (Vungi é orixá criança) que é o Erê de Oxalá, não é considerado um Orixá, mas quando ele domina o Ori (cabeça) de uma pessoa, se faz a cabeça com ele. O Erê é o mensageiro do Orixá porque ele fala, e o Orixá não fala. Então o Erê é o elemento de cada Orixá. Por exemplo, o Erê de Iansã é o vento; o de Xangô é a pedra, e quando a gente batiza o Erê, procura fazer uma analogia com o elemento que o domina. Por exemplo, o Erê de Omulu, recebe o nome de "Pipoquinha", "Estopa", porque, como somos nós que batizamos o Erê; ele não escolhe seu nome.

O Orixá Xangô tem nomes de "machadinha", "pedrinha", "pilão", etc. A Oxum tem os Erês com nomes como: "miosótis", "estrelinha", peixinho, porque na arma da Oxum que se coloca em cima do assentamento tem todos esses elementos.


As folhas de Oxalá são: Tapete de Oxalá (boldo de jardim), sabugueiro de Oxalá (boldo chileno), folha da costa (saião), guaco, manjericão branco, erva de São João (não serve para colocar no Ori - só se usa no Roncó -, neve-branca, incenso. Todas as folhas de Oxalá podem ser usadas por qualquer pessoa, porque podem ir ao Ori, com exceção da erva-de-São João.


OS FILHOS DESTE ORIXÁ SÃO PESSOAS CALMAS E DIGNAS DE CONFIANÇA. SÃO DOTADOS DE GRANDE SABEDORIA, POIS ESTÃO SEMPRE BUSCANDO OS SIGNIFICADOS DE TUDO O QUE OCORRE AO SEU REDOR, NÃO CANSAM DE ESTUDAR E BUSCAR O CONHECIMENTO, MESMO COM A TENDÊNCIA DE SEREM PREGUIÇOSOS.
O TRABALHO BRAÇAL NÃO OS ATRAÍ, PREFEREM BUSCAR LUGARES ONDE POSSAM COLOCAR AS SUAS IDÉIAS E PROJETOS EM ATIVIDADE. SÃO ÓTIMOS PROJETISTAS E ORGANIZADORES.

SEUS PRINCIPAIS DEFEITOS SÃO: PREGUIÇA, TEIMOSIA E LENTIDÃO.

POR SEREM CALMOS, NUNCA SE DEVE ABUSAR DA PACIÊNCIA, POIS QUANDO ACABA...

O “filho” de Oxalá é uma pessoa calma, ponderada e boa conselheira, mas algumas vezes demonstra um temperamento ranzinza, típico das pessoas idosas. Sob uma aparência modesta, porém correta, abriga uma mente lógica e resoluta. Sua inteligência e habilidades estão encobertas por uma fachada reservada e pouco expansiva. Assim como os “filhos” de Iemanjá são dotados de incrível paciência. Ama de todo o coração. Muito atencioso não sabe disfarçar suas emoções. Não corta nunca as relações com a mãe; está sempre voltado para casa. Tem um grave defeito: não sabe dizer “não”. Sempre se encontrará um “filho” de Oxalá rodeado de animais e ouvindo boa música.

Os filhos de Oxalá não suportam barulho, disputas ou violência. Também não toleram a cor vermelha, e por isso não "baixa" quando suas filhas estão menstruadas. Mas cuida bem delas no período da ovulação e na hora do parte - é o deus da fecundação.

Dono absoluto da vida, da morte e do renascimento, Oxalá é a última instância a que se pode recorrer. O que ele decidir, está decidido. Seus filhos herdam do pai o equilíbrio, o desejo de uma vida amorosa estável e sólida, além do idealismo e da serenidade.

O estereótipo de Oxalá (Olufan) é um tipo fisicamente fraco e muitas vezes doentio. Reflete na expressão a velhice e o sofrimento da alma.

A beleza não é um de seus atributos. É, no entanto, calmo e conformado, introvertido, dotado de grande força de vontade e grande convicção da sua "verdade.

Decidido e teimoso, age com lentidão e dificuldade.

Observador minucioso e crítico, tem facilidade para a carreira das letras e das artes, principalmente para o campo musical. Nunca se deixa influenciar. É recatado, pudico, invencionista e moralista.

Os filhos de Oxalá (Gyian), na maioria das vezes pode ser violento e irascível. Normalmente é digno de mal caráter, vingança e desconfiança, mas pode ser de boa índole e confiável. Tem dificuldade em atuar coletivamente.

Possui raros e bons amigos, para os quais é dedicado e prestativo. Não tem uma vida sentimental particularmente feliz e é sempre monogâmico.

Pode se entregar à bebida, mas raramente bebe e come por prazer.

Quase nunca é rico, mas tem uma vida financeira equilibrada, apesar de ter outros problemas e pouca sorte na vida. Alguns descrevem os filhos de Oxalá como líderes, benevolentes, generosos, responsáveis, confusos, ansiosos, rígidos e hipocondríacos.

Já os filhos de Oxanguiã são pessoas "altas e robustas, porte majestoso, olhar ao mesmo tempo altivo e travesso, elegante, amigo das mulheres, gosta da vida, defensor dos injustiçados. Seu pensamento antecipa o de sua época.

Embora guerreiro não é agressivo e nem brutal

A MULHER DE OXALÁ



É a mulher ideal para qualquer homem: preocupa-se com ele, quer agradar, e faz tudo para ajudá-lo a se projetar na vida. Não tem vergonha de dizer que ama, desde que realmente ame. A filha de Oxalá é rigorosamente sincera em tudo o que faz. Só que é tímida, o que significa que jamais disputará um homem com outra mulher, e nunca demonstrará abertamente o seu interesse por alguém. Talvez por causa dessa sua forma retraída de ser, chama a atenção dos homens mas se interessa apenas por aquele que for amável, romântico e um perfeito cavalheiro. Esse se surpreenderá com a sensualidade que ela vai revelar depois que tomar a iniciativa e poderá ficar seguro quanto à sua fidelidade: a mulher de Oxalá não é nem um pouco volúvel.

AFINIDADES:

A mulher de Oxalá combina com homens de Oiá, Oxumaré, Ewá, Nanã, Ibeji e Obaluaê.

O HOMEM DE OXALÁ



Sentimental, amoroso, carinhoso e hiper-sensual: assim é o homem de Oxalá. Com todas essas qualidades, é natural que as mulheres se interessem por ele, que, de quebra, costuma ter uma bela aparência física; é forte, imponente, sexy. E, o que é melhor, um bom papo. "Rei" das festas e reuniões sociais, ele costuma escolher mulheres de corpo bonito, mas principalmente inteligentes e dinâmicas. Só que jamais revela o seu interesse pela pessoa que o atrai. Para conquistá-lo é preciso levar essas dicas em consideração e não desanimar. Ele vale a pena. Também porque sonha com uma mulher fértil, que lhe dê filhos, brindará sua amada com uma vida sexual variada, cheia de "climas", que realiza com criatividade e carinho.

AFINIDADES

O filho de Oxalá combina com mulheres de Oiá, Oxumaré, Ewá, Voduns, Ibeji, Obaluaê e Nanã.



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