sexta-feira, 13 de maio de 2011

Achei na net

Achei no blog "UMBANDA SEM MEDO" seguintes livros:




Vale a pena conhecer este blog.

Dia de Preto Velho

13 de Maio Dia dos: 


PRETOS VELHOS






As correntes de Pretos Velhos são esplendorosas. Eles representam todos os espíritos de humildade, de serenidade e de paciência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir espiritualmente. 


Eles chegaram ao Brasil, como escravos, sendo traficados pelos feitores que escolhiam para venda os jovens e os mais fortes. 


Os Pretos Velhos, formam uma Falange ou Linha de Almas, pois são originários dos escravos no cativeiro, onde viviam amontoados em senzalas, alimentando-se sempre de restos das comidas dos brancos, sendo submetidos às condições desumanas e implacáveis de trabalho forçado, sofrendo atrocidades e torturas de todas as formas, sendo que somente os mais fortes sobreviviam. 
Apesar de tudo, estes povos renegados pela sorte, trouxeram dentro de suas entranhas e espírito, a ciência e a sabedoria de seus ancestrais, empregando seus dotes no uso das ervas, plantas, raízes e tudo ou mais que estava disponível no lugar, encontrado na natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias e cânticos, esses homens humanamente, não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Para a prática dos cultos, que logicamente era escondida na senzala, pois seus donos, os senhores feudais, eram católicos extremistas (pela suas tradições trazidas da Europa - Portugal), obrigavam os escravos a aprender sua religião e adorar seus santos. Este fato agredia mais ainda sua subjugada capacidade de reação, para eles poderem praticar o culto trazido de seus ancestrais, nas senzalas onde faziam as ocultas, e para amenizar suspeitas, nomeavam seus Deuses Orixás, com nomes dos santos católicos, que mais se pareciam. 


O tempo passa o trabalho de sol a sol, degrada esta gente negra aniquilando-os. O final desta jornada é a morte física, carnal, onde se encerra neste planeta Terra sua missão.


Porém, eles voltaram, agora com uma missão diferente, onde eles precisavam evoluir ainda mais no outro plano, que é o espiritual, bem como, ajudar aos aqui encarnados a evoluírem. Os Pretos Velhos, têm uma característica muito própria de linguajar, quando de sua incorporação em um médium, com uma forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo toco que havia nas senzalas. 


Os Pretos Velhos ainda fumam cachimbo de barro ou de madeira rudimentar, falando com os visitantes e filhos, usando um linguajar comum aos escravos que não falavam bem o português. 


Com seus cachimbos, fala pausada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam independentes de sua cor, idade, sexo, raça e de religião. 


E assim são os Pretos Velhos da Umbanda. Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos que necessitam da cura, dos ensinamentos, dos caminhos para pessoas e, também para espíritos sem luz. 


Não se engane, por trás desta simplicidade, humildade e bondade de um Preto Velho, reside um espírito de grande sabedoria e evolução espiritual.


Salve a todos os Pretos Velhos, que Deus os ilumine e os abençoem. A todos os que trabalham nesse mundo, e no outro plano com muito Amor. 






ORAÇÃO DOS PRETOS VELHOS 
Vovó CambindaPai João D'angolaVovó Maria CongaPai José


"Senhor, Nosso Pai, que sois o Poder, a Bondade, a Misericórdia, olhai por aqueles que acreditam em Vós e esperam por vossa bondade, poder e misericórdia. Dai Pai, aos que vacilam ao Vosso Poder, na Vossa Misericórdia e Bondade, a clareza de pensamento e abri-lhes, Senhor, os olhos para que pratique sempre o bem, a caridade para com os outros dentro da humildade de Vossa Sabedoria, reconhecendo assim a Vossa Existência, Poder e Misericórdia, bem como, o Vosso Reino. Senhor perdoa aqueles que a escuridão ainda não deixou ver os erros cometidos na sua passagem terrena. Dai Senhor, àqueles que sofrem, a luz de Seu imenso Amor e da Sua Sabedoria. Que a sua luz nos ilumine neste mundo e em outros que ainda desconhecemos, e em todos os lugares por onde passarmos nos proteja. Oh! Meu Pai Santíssimo! A nós pecadores, aceita o nosso arrependimento dos erros que temos cometido. Pai, pela sua sagrada bondade e paixão, consenti que caminhe até vós pelo caminho da perfeição. Dai Senhor, orientação perfeita no caminho da virtude, único caminho pelo qual devemos trilhar. Misericórdia aos nossos inimigos. Perdão a todos os nossos erros, e que Vossa Bondade não nos falte hoje e sempre... Amém".


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omemora-se no dia 13 de Maio, o dia dessas queridas e amadas entidades de Umbanda. São eles, negros que ao Brasil foram trazidos e escravizados para benefício de uma minoria.

Eram de muitas raças diferentes, povos distantes e até desconhecidos e mesmo assim passaram por tantos sofrimentos longe de casa, da família etc.

Eles nunca abandonaram a fé em seus Deuses (Orixás), ela era inabalável e assim para que não sofressem represálias da Igreja Católica e dos Senhores de Engenho, criaram o que chamamos de Sincretismo Religioso, para "maquiar" os seus Orixás, como exemplo Ogum que virou São Jorge.

Atualmente o Candomblé não aceita que se trabalhe com essas entidades, sendo elas entidades basicamente de Umbanda. Trabalham na linha de Omulú (Obaluayê) e de Nanã Buruquê.

A falange das Almas abrange os Pretos Velhos e Pretas Velhas.

Seu Habitat: Cemitérios e Matagais

Sua cor na umbanda: Preto e Branco

Sua comida é : Rapadura, Feijão preto, Mingau das Almas, Fumo de rolo e Agrião

Suas flores: Margaridas Brancas de todas as espécies e tamanhos

Dia da Semana: Segunda-feira

Sua Bebida: A mais comum é o café amargo (sendo frio ou quente)



                  Sua saudação:

                            

                 Adorei as Almas!



       

Ponto de são Benedito

Oh! que santo é aquele

Que vem acolá ?!

É são Benedito,

Que vem ajudá!

Oh! Que santo é aquele que vem acolá?!

Que vem acolá?!

É são Benedito,

Que vem trabalhá.



Ponto da Vovó Cambinda 



Segura o touro, Cambinda

Amarra no mourão.

Segura os inimigos Cambinda

Amarra no mourão.

Os inimigos são perigosos, Cambinda

Amarra no mourão.

Oi corre, corre minha gente, auê

Que ai vem o boi tatá, auê

Porteira velha pegou fogo, auê

Pra não sair no mundão,

Segura o touro Cambinda,

Amarra no mourão.

Olha que eles são bravos, Cambinda.

Auê, auê...



     Ponto da Vovó Engrácia

( irradiação com Oxum)   

É e é...

Ela é de umbanda também.

Aí vem vovó Engrácia, (bis)

Pra seus filhos fazer bem.



Ponto de Prêto velho

Que nossa senhora

Te cubra com o véu,

Que são Pedro te abra,

As portas do céu.



Ponto da Vovó Catarina

Vovó Catarina o dia vem,

A senhora é quem sabe e,

Mais ninguém,

Vovó Catarina,

Olha seus filhos

No gongá,

A senhora é quem

Sabe e mais ninguém. (bis)



Ponto de Chico Prêto



Todo mundo qué, qué, qué, qué,

Chico Prêto quimbandeiro

Do povo de Guiné.

Ôia, todo mundo qué, qué, qué, qué,

Chico Prêto feiticeiro.

Do povo da Guiné.





Baixa! Baixa! Oh virgem da Conceição

Maria Imaculada para tirar a perturbação

Se tiveres praga de alguém,

Desde já se retirado.

Levando para o mar ardente...

Para as ondas do mar sagrado...




domingo, 8 de maio de 2011

O que é Obcessão?

O que é Obsessão? 


A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos adquirem sobre outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento moral de um indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para desencarnado. Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas problemas diversos, o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados, como toda doença. Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros espíritas kardecistas sérios.


Se a Obsessão é uma doença da alma, quais são seus sintomas?


A obsessão apresenta sintomas tais como: angústia, depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau humor, desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social, pensamentos suicidas, desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se conclua que todos os portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas outras causas, conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia semelhante.


E como se pode tratar essa doença espiritual?


A obsessão, sendo uma doença da alma, deverá ser curada definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e intelectual. O Espiritismo (doutrina de Allan Kardec) oferece tratamento seguro para essas doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se for um Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações particulares, nas reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa e conscientização do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará de tratar com a evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de passes), levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do mal.


Como o Espírito recém-desencarnado recebe um novo envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo material? Ele não o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de espera, para que o cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar quem já desencarnou?


Quando o Espírito se desprende da carne, ele entra em uma outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá, terá um nova percepção das coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno, pois não está mais confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá outros aprendizados e que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão também experiências necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto, se ele for um Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental, vivenciando as situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou paixões e sentimentos de posse exacerbados.
Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com desinteresse afetivo por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se seus "amores" interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na vida das pessoas, muitas vezes originando processos obsessivos.
Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa espírita kardecista, para que o problema seja devidamente equacionado. Claro, essas situações de perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é a compreensão por parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja adequado para que se tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação de cada criatura. Nas relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente quando um parte o outro permanece um bom tempo sem que encontre substituição em seu coração, quando não opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações difíceis, que são maioria esmagadora no planeta, a perda não se constitui em problema. Todas essas coisas são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste caso, é o que menos importa.


Gostaria de saber como se identifica uma obsessão de encarnado para desencarnado. E como se livrar disso ?


Sabe-se que a obsessão é uma espécie de constrangimento de um Espírito sobre outro e que isso se dá através da lei das afinidades espirituais (vide pergunta 42). Portanto, as influências ruins podem partir dos encarnados para os desencarnados também. Geralmente isso acontece nas situações onde entre os dois indivíduos existe uma relação em desequilíbrio, tanto de "amor" quanto de "ódio". Pode parecer estranho que se afirme que relações de amor possam gerar processos obsessivos, mas o amor desmedido e possessivo entre duas pessoas (mesmo que seja entre mãe e filho), geram desequilíbrios os mais diversos. Se um deles desencarna é claro que o sentimento permanece o mesmo, a menos que um deles venha a se libertar dele através do esclarecimento. Da mesma forma nos casos de pessoas que desencarnam deixando heranças em que os herdeiros ficam insatisfeitos e não tinham boa relação de afeto com o desencarnado, gerando condições fluídicas mórbidas que envolvem os dois planos. A única forma de se livrar desses problemas é buscando o esclarecimento, procurando uma casa espírita que tenha experiência nesse tipo de atendimento. O tratamento espiritual, esclarecendo os envolvidos no processo, aliado à mudança de postura do indivíduo é a chave para os problemas espirituais de toda ordem.


A depressão pode estar relacionada com obsessão? Como?


Os processos obsessivos moderados e graves levam quase sempre a um estado mórbido mental, que favorece enormemente os estados depressivos, com toda a sintomatologia que esta doença produz. Entretanto, nem todos os quadros depressivos podem ser atribuídos às influências espirituais. Existem mecanismos orgânicos, decorrentes de falhas em sínteses hormonais que explicam cientificamente a depressão. Evidentemente que mesmo nesses casos, pode haver influenciação espiritual por conta da atitude mental da criatura, embora não seja esse o agente causador do processo.


Há a possibilidade de ocorrer uma auto-obsessão, ou seja, de uma pessoa encarnada ser obsediada por ela mesma?


Sim, há essa possibilidade e não é rara. São pessoas que se encontram numa condição mental doentia, atormentando-se a si mesmo. Vivem em um mundo de desarmonia interior e buscam culpar tudo o que há em sua volta, gerando cada vez mais sofrimentos para si mesma e para quem com ela convive. As causas geralmente residem nos problemas anímicos do indivíduo, ou seja, nos seus próprios dramas pessoais. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas do seu mundo íntimo e que prejudicam sua normalidade psicológica. Certamente, por conta de sua atitude mental, entram em sintonia com ambiente espiritual de igual teor, o que agrava o quadro, embora não seja esta a causa determinante da enfermidade. Além da evangelização espírita, costumam-se beneficiar-se enormemente com as psicoterapias, no que devem ser estimulados.


Uma convulsão poderá ser sintoma de uma obsessão?


Geralmente as convulsões não são sintomas de obsessão (embora ela possa aparecer associada à enfermidade). As convulsões propriamente ditas são ocasionadas por falhas na estrutura orgânica do homem e necessita de tratamento médico especializado. As alterações do sensório ocasionadas por influências espirituais, não configuram convulsões com o cortejo clínico estudado pela ciência médica terrena. Portanto, há que se ter cautela ao lidar com pessoas que tem crises convulsivas e que querem tratar-se nas casas espíritas. Elas podem ser portadoras de enfermidade epiléptica e necessitam de avaliação médica. Crises de subjugação possuem algumas características das crises epilépticas, mas são bem diferentes. Na epilepsia quase sempre o paciente perde a consciência e desfalece, com movimentos motores involuntátios. Na crise de subjugação, não! Observa-se brusca mudança de comportamento e o perturbado pode cair ao chão, porém, não desfalece e comporta-se como se fosse uma outra pessoa.


Como devemos proceder junto a uma pessoa que está sob o império da fascinação?


Casos de fascinação são muito comuns entre encarnados, e mesmo dentro das casas espíritas que endeusam seus médiuns ou dirigentes. Antes de concluirmos se uma pessoa está sendo vítima da terrível fascinação, é preciso pesar na balança do bom senso. Levemos o problema ao exame de sociedades idôneas, que não estejam sob o domínio das nossas idéias, para opinarem. Se tivermos certeza da obsessão, devemos procurar orientar aquele que padece. Havendo abertura, temos que ir esclarecendo o enfermo aos poucos, fazendo-o ver a presença da má influência. O que acontece na maioria das vezes, é a existência. O espírita é orgulhoso e, geralmente, não aceita que esteja mal assistido. Nestes casos, o melhor é deixá-lo nas mãos da influência em que se compraz. Só aprenderá com a dor. Grupo Espírita Bezerra de Menezes.


Retirado de: http://www.forumespirita.net/fe/comunicabilidade-dos-espiritos-(mediunidade)/o-que-e-obsessao/

O que é mediunidade?

O que é mediunidade?  
Written by Edvaldo Kulcheski   
Thursday, 25 October 2007



Como ela ocorre e se desenvolve? Com que objetivo uma pessoa possui uma capacidade mediúnica? Quais os perigos de uma mediunidade desequilibrada e o que fazer para mantê-la em equilíbrio?
Mediunidade é a faculdade humana pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. É uma faculdade natural, inerente a todo ser humano, por isso, não é privilégio de ninguém. Em diferentes graus e tipos, todos a possuimos. O que ocorre é que, em certos indivíduos mais sensíveis à influência espiritual, a mediunidade se apresenta de forma mais ostensiva, enquanto que, em outros, ela se manifesta em níveis mais sutis.
A mediunidade é, pois, a faculdade natural que permite sentir e transmitir a influência dos espíritos, ensejando o intercâmbio e a comunicação entre o mundo físico e o espiritual. Trata-se de uma sintonia entre os encarnados (vivos) e os desencarnados (mortos), permitindo uma percepção de pensamentos, vontades e sentimentos. O Espiritismo vê a mediunidade como uma oportunidade de servir, de praticar a caridade, sendo uma benção de Deus que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio, podemos ter aqui não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os “débitos”, ou seja, desajustes adquiridos em encarnações anteriores.
É graças à mediunidade que o homem tem a antevisão de seu futuro espiritual e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à erraticidade, trazendo informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que absorve do contato mantido com os desencarnados. Assim, possui uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza de suas responsabilidades de espírito imortal.
Sendo inerente ao ser humano, a mediunidade pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente da doutrina religiosa que abrace. A história revela grandes médiuns em todas as épocas e todos os credos. Além disso, a mediunidade não depende de lugar, idade, sexo ou condição social e moral.

A ação dos espíritos
Diz a questão 459 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: “Os espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações? A este respeito, sua influência é maior do que podeis imaginar. Muitas vezes, são eles que vos dirigem”.
A idéia da ação dos espíritos não nasceu com o Espiritismo, já que sempre existiu desde as épocas mais remotas da vida humana na Terra. Todas as religiões pregam sobre a ação dos espíritos de forma direta ou indireta e nenhuma nega completamente estas intervenções. Inclusive, criaram dogmas e cerimônias relativas a elas, como promessas (pedir alguma forma de ajuda para um espírito em troca de um sacrifício) e exorcismos (cerimônia religiosa para afastar o “demônio” ou os espíritos maus).
A ação mediúnica não está limitada às sessões, vivemos mediunicamente entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais. Isto se dá porque muitos espíritos povoam os mesmos espaços em que vivemos, muitas vezes nos acompanhando em nossas atividades e ocupações, indo conosco aos lugares que freqüentamos, seguindo-nos ou evitando-nos conforme os atraimos ou repelimos.
Estamos cercados por espíritos e sua influência oculta sobre os nossos pensamentos e atos se faz sentir pelo grau de afinidade que mantivermos com eles. Inúmeros espíritos benfeitores também se comunicam conosco, por via inspirativa ou intuitiva, todas as vezes em que nos dispomos a ser úteis aos nossos irmãos em nossa vida social. Quantas vezes um conselho sensato e oportuno que damos sob a intuição de um benfeitor espiritual consegue mudar o rumo de uma vida e até, em certos casos, salvar ou evitar que uma família inteira seja precipitada no abismo de uma desgraça? O amor verdadeiro e desinteressado não requer lugar nem hora especial para ser praticado, pois o nosso mundo, com o sofrimento da humanidade torturada, é igualmente um vasto campo de serviço redentor.
Entretanto, não julguemos que a mediunidade nos foi concedida para um simples passatempo ou para a satisfação de nossos caprichos. Ela é coisa séria e, possuindo-a, devemos procurar suavizar os sofrimentos alheios. Ao desenvolvermos a mediunidade, lembremo-nos de que ela nos é dada como um arrimo para conseguirmos mais facilmente a perfeição, para liquidarmos mais suavemente os pesados “débitos” que contraímos em existências passadas e para servirmos de guia aos irmãos que se encontram mais desajustados espiritualmente.

Mediunidade em desarmonia
Existem alguns sinais mais freqüentes do aparecimento da mediunidade em desarmonia, que são: cérebro perturbado, sensação de peso na cabeça e ombros, nervosismo (ficamos irritados por motivos sem importância), desassossego, insônia, arrepios (como se percebêssemos passar alguma coisa fria), sensação de cansaço geral, calor (como se encostássemos em algo quente), falta de ânimo para o trabalho e profunda tristeza. Precisamos usar nosso bom senso para percebermos com clareza se os sintomas acima citados são frutos de uma obsessão espiritual, indicando uma mediunidade desequilibrada, ou o resultado de uma auto-obsessão, um desequilíbrio nosso mesmo, gerando neuroses e outros tipos de distúrbios. Muitas vezes, a ajuda de um psicólogo, de preferência espírita ou espiritualista, é necessária.
Mas o que o médium deve fazer nestes momentos de alterações emocionais? Todo iniciante, a fim de evitar inconvenientes na prática mediúnica, primeiramente deve se dedicar ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais se considerar dispensado de qualquer instrução, já que poderá ser vítima de mil ciladas que os espíritos mentirosos preparam para lhe explorar a presunção.
Junto com o conhecimento teórico, o médium deve procurar desdobrar a percepção psíquica sem qualquer receio ou temor. Na orientação do desenvolvimento mediúnico, é importante que ele procure as instruções espíritas, para evitar percalços e dissabores. É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formados para isto, pois pessoas bem orientadas, que se reúnem com uma intenção comum, formam um ambiente coletivo bem favorável ao intercâmbio. É importante também que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a para a satisfação da curiosidade.

Reforma Íntima – o fundamental
Educar e desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. Para que sejamos bem-sucedidos, devemos cultivar virtudes como a bondade, a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade. A mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro, por isso, devemos ter muita paciência. Sem perseverança, nada se alcança, pois o desenvolvimento exige que sejamos sempre persistentes. Ter boa vontade é comparecer às sessões espíritas com alegria e muita satisfação. A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus e, se faltarmos com a sinceridade no desempenho de nossas funções mediúnicas, mais cedo ou mais tarde sofreremos decepções.
Ensinamentos é que não faltam em todas as circunstâncias de manifestações da vida. A faculdade mediúnica em harmonia pode fazer grandes coisas. A educação pode começar no simples modo de falar aos outros, transmitindo brandura, alegria, amor e caridade em todos os atos da vida.
A mediunidade se desenvolve naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca, o qual nos afeta com suas vibrações psíquicas e afetivas. Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a mediunidade se desenvolve no processo de relação.
Quando a mediunidade aflorar sem um preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo para que os fenômenos se disciplinem e ele empregue acertadamente sua faculdade. Não se deve colocar em trabalho mediúnico aqueles que apresentam perturbações ou que possuam desconhecimento sobre o assunto. Primeiramente, é preciso ajudar a pessoa a se equilibrar no aspecto psíquico, através de passes, vibrações e esclarecimentos doutrinários.
É fundamental que o médium busque sua reforma íntima com sinceridade. Através de uma compreensão maior acerca da vida, despertando sentimentos como compaixão, respeito, humildade etc, e da prática da caridade, seremos, com certeza, instrumentos do Amor Universal. O médium também precisa ser amigo do estudo e da boa leitura, além de moderado. Por fim, deve sempre cultivar a oração diária, pois ela é um poderoso fortificante espiritual e um benéfico exercício de higiene mental.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 05.
Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte. 



Last Updated ( Thursday, 25 October 2007 )


Retirado de: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=279&Itemid=25

O que e kardecismo?

O QUE É O KARDECISMO


Pr. Joaquim de Andrade e Pr. Paulo Romeiro






I. HISTÓRICO


O espiritismo moderno surgiu em Hydesville, nos Estados Unidos, com as irmãs Margaret e Kate Fox. As duas eram ainda crianças quando, em 31 de março de 1848, aconteceram as primeira manifestações espíritas. Ruídos de pancadas foram ouvidos na casa da família Fox. Depois, móveis passaram a mover de uma parte para a outra. Kate e Margaret criaram um sistema de comunicação com o suposto espírito. As notícias do fenômeno se espalharam e sessões espíritas começaram a ser realizadas por toda a parte, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.


O espiritismo tem em Alan Kardec a sua principal estrela. Seu verdadeiro nome é Hippolyte Léon Denizard Rivail. Nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de 1804. Anos depois, mudou-se para Yverdun, na Suíça, onde estudou com Pestalozzi. Kardec formou-se em letras e ciências e doutorou-se em medicina. Em 25 de março de 1856, numa sessão, Kardec recebeu, através de uma médium, a informação de que dali por diante, um espírito denominado “A Verdade”, seria o seu guia espiritual. Em 18 de abril de 1857, publica O Livro dos Espíritos, uma obra contendo mais de mil (1.019) respostas às perguntas feitas aos espíritos. Outras obras foram publicadas depois: O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese, O Céu e o Inferno, O Livro dos Médiuns, O Que é o Espiritismo e Obras Póstumas. Kardec faleceu no dia 31 de março de 1869, em Paris, aos 65 anos de idade, vítima de aneurisma cerebral. Na França de hoje, não há mais de mil adeptos do espiritismo.





I. O ESPIRITISMO NO BRASIL


No Brasil, o espiritismo tem várias facetas, tais como a Legião da Boa Vontade (LBV), a Cultura Racional (que publica o livro Universo em Desencanto), o Racionalismo Cristão, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento e o espiritualismo relacionado à umbanda, ao candomblé, à quimbanda e à macumba, cujas raízes religiosas vieram diretamente da África, misturando-se com as crenças indígenas.


Atualmente, o espiritismo kardecista conta com cerca de 6,9 milhões de adeptos e existem em torno de 5,500 centros espalhados por todo Brasil. Observe estes números: “Em apenas dez anos, o número de adeptos do espiritismo, doutrina que se define como religião, filosofia e ciência, saltou de 1,r milhão para 6,9 milhões de pessoas. Somados os que não freqüentam regularmente seus centros, mas aceitam os seus princípios, baseados na reencarnação, na possibilidade de comunicação com os mortos e na caridade, os espíritas brasileiros chegariam a 20 milhões de pessoas, que compram 2.8 milhões de livros sobre a doutrina a cada ano” (Veja, 10/04/91, p. 40). O nome mais conhecido no kardecismo brasileiro é o de Chico Xavier, natural de Uberaba, Minas Gerais. É dito que Chico Xavier já incorporou cerca de 605 autores falecidos, 328 dos quais poetas. (Ibidem, p. 42). 


O espiritismo cresce no Brasil pelos seguintes motivos:


· O misticismo do povo brasileiro.


· A falha do catolicismo romano em atender aos anseios espirituais de seus membros.


· A fachada cristã do espiritismo.


· o aspecto consolador do espiritismo.









II. PRINCIPAIS POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS DO ESPIRITISMO


3.1. Confundindo o Espírito Santo


O Espiritismo pretende ser a terceira revelação de Deus à humanidade. A primeira revelação teria vindo através de Moisés, a segunda através de Jesus e a terceira, através do espiritismo. Observe esta declaração de Kardec: “Reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessa do Cristo a respeito do Consolador anunciado. Ora, como é o Espírito da Verdade que preside ao grande movimento da regeneração, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador.” (A Gênese, 34).


Resposta Bíblica


O Espírito Santo é o “outro” (ekeinos - pronome demonstrativo masculino no grego) Consolador (João 14.16, 26), sendo assim a terceira pessoa da Trindade. Jesus é o Advogado (1ª João 2.1). A palavra Paráclito é traduzida por Consolador, Advogado, Amparador. O Espírito Santo possui atributos pessoais: sentimento (Efésios 4.30), vontade própria (1ª Coríntios 12.11) e inteligência (João 14.26).


3.2. Comunicação com os mortos


O próprio Kardec reconheceu ser impossível a identificação dos espíritos que falam pelo médium, ao declarar: “A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático. É impossível, com freqüência, esclarecê-la, especialmente quando são Espíritos superiores antigos em relação a nossa época. Entre aqueles que se manifestam, muitos não tem nome conhecido para nós, e a fim de fixar nossa atenção, podem assumir o de um Espírito conhecido, que pertence a mesma categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por exemplo, não há nada mais que prove que seja exatamente o apóstolo desse nome. Pode ser um Espírito do mesmo nível, por ele enviado” (O Que é o Espiritismo, p. 318; O Livro dos Espíritos, p. 318).


Resposta bíblica


a) Deus proíbe tal forma de comunicação: Êxodo 22.18; Levítico 19.31; Deuteronômio 18.11-13; Isaías 8.19.


b) O Episódio de Saul e a Pitonisa de Endor (1º Samuel 28.13, 14). Observe as razões que admitem fraudes nesta manifestação demoníaca:


· Saul perdera a graça de Deus (1º Samuel 28.6) e isso por desobediência (1º Samuel 15.23).


· Pela vontade de Deus, Saul havia desterrado os necromantes (1º Samuel 28.3).


· Deus não respondia mais a Saul (1º Samuel 28.6), nem por Urim (revelação sacerdotal, nem por sonhos (revelação pessoal) e nem por profetas (revelação inspiracional.


· Não se pode conceber que Deus tivesse proibido tal forma de comunicação e ao mesmo tempo a permitisse (Malaquias 3.6 e Tiago 1.17).


· A conseqüência do passo de Saul (1º Crônicas 10.13).


· A falsa profecia do suposto Samuel: não morreram todos os filhos de Saul (1º Samuel 28.19). Ficaram vivos pelo menos três filhos: Isbosete (2º Samuel 2.8-10), Armoni e Mefibosete (2º Samuel 21.8). Compare isso com 1º Samuel 3.19.


c) Os perigos da comunicação com os mortos


3.3. A reencarnação 


a) O lema de Kardec: “Nascer, morrer, renascer e progredir sempre; esta é a lei” (Epitáfio no túmulo de Allan Kardec).


b) Definição: A crença de que a alma se transfere de uma existência física para a outra, até que, depois de muitas vezes ter vivido aqui na terra, a alma é liberada da existência terrena e absorvida pelo Absoluto. 


· Pluralidade de existências: Kardec declarou: “...é só depois de várias encarnações ou depurações sucessivas, num tempo mais ou menos longo, e segundo seus esforços, que eles atingem o objetivo para o qual tendem” (O Livro dos Espíritos, cap. IV, p. 196). 


· Expiação e progresso contínuo até a perfeição. O objetivo da reencarnação é, pois, “expiação, aprimoramento progressivo da humanidade” (Ibidem, cap. IV, p. 167).


· Alcance do objetivo final pelo esforço próprio. O alvo de cada existência é que o espírito procure expiar as faltas cometidas anteriormente. “Toda falta cometida, todo mal realizado, é uma dívida contraída que deverá ser paga; se não o for em uma existência sê-lo-á na seguinte ou seguintes” (Kardec, O Céu e o Inferno, cap. 7,9). 


· Libertação final do corpo: porque cada nova existência será “feliz ou infeliz segundo o que tiverem feito neste mundo, e podem, a partir desta vida, se elevarem tão alto que não temerão mais a queda no lodaçal” (Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, 1984, 22 edição, p.20). Essa idéia foi emprestada do hinduísmo, onde o espírito deve progredir até escapar do sansara, o ciclo ou roda de reencarnações.


c) Textos bíblicos usados pelos espíritas


· A possibilidade de João Batista ser Elias (Mateus 11.14). João Batista foi um profeta de ministério semelhante, não o próprio Elias. Houve apenas uma identidade de ministério. Se Elias não morreu (2º Reis 2.11), não poderia reencarnar. João negou ser Elias (João 1.21). 


· O verbo ser nem sempre pode ser interpretado literalmente na Bíblia: Mateus 12.46-50; 26.26.


· O diálogo de Jesus com Nicodemos (João 3.3, 5) – nascer de novo significa ser regenerado (1ª Pedro 1.23; Tiago 1.18; João 16.7-9). 


· Purificação de pecados apenas através do sangue de Jesus (1ª João 1.7; Apocalipse 1.5).


· Veja ainda 2º Samuel 12.22, 23; Salmo 78.39; Lucas 16.19-31 e Hebreus 9.27.


· A Bíblia fala de ressurreição (a volta no mesmo corpo) e não de reencarnação.


4. Salvação pelas obras


a) Declaração de Allan Kardec: “Fora da caridade não há salvação” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 631).


b) Declaração de Léon Denis: “Não; a missão do Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. Nada de exterior a nós poderia fazê-lo. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo” (Cristianismo e Espiritismo, p. 98).


Resposta bíblica


Isaías 64.6; Efésios 2.8,9; Tiago 3.5. Somos salvos para as boas obras e não pelas boas obras (Efésios 2.8-10). Repetindo: purificação de pecados só é possível através do sangue de Jesus (1ª João 1.7; Apocalipse 1.5).






Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).


(fonte: http://www.solascriptura-tt.org/Seitas/QueEKardecismo-JAndrade-PRomeiro.htm)

Afinal, o que e Espiritismo?

Grupo Espírita Bezerra de Menezes
Projeto: Regina Plá Gil, Agnes Fett e Marcos Ávila.
Conclusão: Vanda Simões


"E, se alguém julga saber alguma cousa, com efeito não aprendeu ainda como convém saber" - (I Coríntios 8.2).


"Julgai todas as cousas, retendo o que é bom" - (I Tessalonicenses 5.21).


CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Ainda é muito comum, nos dias atuais, encontrar pessoas constrangidas ou mesmo aterrorizadas quando ouvem falar de Espiritismo, pois elas imaginam a ação do Espírito do mal.
Se você pensa assim e acredita que Espiritismo não é uma doutrina cristã, nós o convidamos a abrir estas páginas.
O objetivo desta obra é dar-lhe uma breve idéia do que é a Doutrina Espírita. Queremos despertar a sua curiosidade de forma que lhe permita formar um juízo pessoal, independente de todas as crendices e tolices oriundas do pensamento dos que nada entendem do assunto.
Não temos a pretensão de ser donos da verdade, pois , acreditamos que nenhum grupo, religião ou seita detém o privilégio de monopolizá-la.
Com a finalidade de levar um esclarecimento simples e objetivo sobre o assunto, esta pequena obra foi elaborada na forma de perguntas e respostas que foram escolhidas visando dissipar dúvidas e preconceitos existentes entre os que não conhecem a Doutrina Espírita, contribuindo, assim, para o esclarecimento. Procuraremos fundamentar as idéias em citações bíblicas e de estudiosos do assunto para melhor entendimento do que pretendemos expor.


"A ignorância dos princípios fundamentais é causa das falsas apreciações da maior parte dos que julgam o que não compreendem, ou que o fazem com base em idéias preconcebidas" - (Allan Kardec)


A BÍBLIA CONDENA A COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS?


Os textos das Sagradas Escrituras são ricos em elementos necessários para o nosso entendimento das coisas divinas. Como é do conhecimento de todos, enquanto o Velho Testamento expõe a tradição dos hebreus, seus mestres, reis e profetas, o Novo Testamento retrata a vida, obra e ensinamentos do Mestre Jesus. Ele afasta a opressão contida nas leis civis feitas pelo próprio Moisés e clarifica as leis morais, que são os Dez Mandamentos, ditados por Deus. Há, no Novo Testamento, a nítida substituição do olho por olho, dente por dente, pelas mensagens de perdão e de amor a Deus e ao próximo. Além disso, Jesus veio mostrar que a morte não existe e que a alma sobrevive ao corpo carnal.
A imortalidade da alma é fato incontestável e definitivamente demonstrado pelo Mestre quando de Sua passagem pelo planeta.


"Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá" - (João 11:25).


Infelizmente em pleno alvorecer de uma nova era, muitos homens ainda permanecem atrelados às velhas concepções, com medo da verdade, receosos de rever conceitos e reestruturar posturas.
Permanecem na superficialidade das coisas, sem compreenderem as verdades que a Bíblia verdadeiramente ensina, a racionalidade confirma e a própria ciência já começa a aceitar.
Na Bíblia, a condenação da comunicação com os Espíritos aparece no Velho Testamento, em citações tais como estas:


"Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles: Eu sou o Senhor vosso Deus" - (Levíticos 19.31).


Contudo, no próprio Velho Testamento, a prática da comunicação com os mortos é citada como tendo a aprovação de Moisés.


"Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e o nome do outro Medade; E repousou sobre eles o Espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial.
Então correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam no arraial. E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu, e disse: Senhor meu, Moisés, proíbe-lho.
Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes de mim? Oxalá todo o Povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!
Depois Moisés se recolheu ao arraial, ele e os anciãos de Israel" - (Números 11.26-30).


Jesus, no Novo Testamento, não só não condena a comunicação com os mortos, como a pratica e confirma.


"Seis dias depois, toma Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandesceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.
E eis que lhes aparecerem Moisés e Elias, falando com ele" - (Mateus 17.1-3).


Um dos pontos em que se fundamentam os que condenam tais práticas é a palavra de Moisés no Velho Testamento. Necessário analisarmos a questão à luz da razão.
Se as leis civis de Moisés utilizadas para o controle do povo judeu, como a condenação da comunicação com os Espíritos, devem ser obedecidas na atualidade, então por que não devemos também apedrejar adúlteras ou cortar as mãos dos ladrões como tais leis também exigem? Evidente que seria um contra-senso para os dias atuais.
Além do mais, há que se considerar as razões pelas quais o legislador hebreu determinou tal lei. Ele necessitava de mais rigor para disciplinar um povo naturalmente rebelde e distante das coisas divinas.
Moisés precisou coibir tal coisa, porque a prática da consulta aos mortos tinha se tornado uma constante entre o povo e naturalmente o abuso deu vazão a toda sorte de problemas decorrentes dos aproveitadores da ignorância humana. E depois, convenhamos: se ele proibiu a evocação dos mortos, certamente era porque eles poderiam vir até nós.
Por outro lado, há no Velho como no Novo Testamento, inúmeras citações de claras situações onde se praticava com muita naturalidade a evocação dos Espíritos. E isto é completamente desconsiderado pelos que condenam a Doutrina Espírita. Se as Escrituras funcionam como autoridade nesse campo, porque não o é em outros?
O que não pode ser aceito pelo homem da atualidade é que seja feito um julgamento (e condenação) de uma religião ou crença, baseado na parcialidade da Lei com propósitos de conveniência. A verdade não tem diferentes faces e o verdadeiro cristão deve seguir o modelo de Jesus e se espelhar nos seus ensinamentos, vivenciando o amor e respeito aos seus semelhantes.


A REENCARNAÇÃO ESTÁ NA BÍBLIA?


Diversas passagens de maneira clara ou indireta, contidas nos ensinamentos de Jesus e dos profetas, mostram que a reencarnação está na Bíblia:


"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Por ventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?
Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos: e não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?" - (João 3.3-12).


"Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor;
E converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição" - (Malaquias 4.5-6).


"E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.
E os discípulos o interrogaram, dizendo: porque dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas;
Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o filho do homem.
Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista" - (Mateus 17.9-13).


"Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas, e prepara-te para a inquirição de seus pais. Porque nós somos de ontem, e nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra" - (Jó 8.8-9).


"Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer" - (I Corintios 15.35-36).


A reencarnação não foi inventada pelo Espiritismo. Ela consta nos princípios de diversas religiões orientais desde a mais remota antiguidade. E como mostra as citações acima, ela está explícita ou implicitamente contida na Bíblia, sendo necessárias as mais fantasiosas explicações para colocar ali outro sentido que não as múltiplas experiências na carne.
Racionalmente não há como negar a reencarnação. Se tivéssemos apenas uma oportunidade de vida terrena, a justiça de Deus seria incompreensível. O Pai, em sua imensa sabedoria, criou seus filhos em igualdade de condições e deu a eles igualmente as mesmas oportunidades de crescimento. Não fosse assim teríamos que admitir um Deus parcial, intolerante, injusto e severo, que permitiria todas as misérias e desigualdades sempre existentes no mundo, aquinhoando uns e castigando outros a seu bel prazer.
A pluralidade das existências é, pois, necessária ao aprimoramento das qualidades do ser imortal e para bem entender a justiça de Deus. Só pelas múltiplas oportunidades de vida poderemos compreender o amor do Criador por suas criaturas. Ele permite o aprendizado na carne para a conquista da verdadeira morada , a vida espiritual, através do esforço de cada um em vencer suas más tendências para atingir a plenitude, a perfeição.
Somos todos seres atrelados às leis divinas que regem o universo, quer acreditemos ou não. Uma delas é a lei de evolução dos seres. Seria insensatez supor que em apenas uma existência terrena, atingiremos a tão sonhada perfeição de que nos fala o Mestre em Mateus, capítulo V, versículos 44-48:


"Sede vós logo perfeitos, assim como vosso Pai Celestial é perfeito".


"Somente a reencarnação pode dizer ao homem de onde ele vem, para onde vai, por que se encontra na Terra e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida" - (Allan Kardec).


"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens" - (I Corintios 15.19).


O QUE É ESPIRITISMO E QUAIS SÃO SEUS PRINCÍPIOS BÁSICOS?


O termo "Espiritismo" é sinônimo de Doutrina Espírita, porém, frequentemente, é utilizado erroneamente para designar qualquer prática do mediunismo (comunicação com os Espíritos), ou confundido com cultos afro-brasileiros (Umbanda, Candomblé, entre outros).
O Espiritismo é uma doutrina que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos e de suas relações com a vida material. Foi revelada por Espíritos Superiores e codificada (organizada) em 1857 por um professor francês conhecido como Allan Kardec.
Surgiu, pois, na França, há mais de um século. Traz em si três faces: filosofia, ciência e religião (moral).
Os adeptos da Doutrina Espírita são os espíritas e suas práticas se baseiam no estudo das obras básicas da Codificação e na assistência material e espiritual aos necessitados.
O Espiritismo possui cinco princípios básicos, de onde procedem todas as suas práticas:


1 - A existência do Espírito e sua sobrevivência após a morte.


"Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular ao alto monte,
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e os seus vestidos se tornaram brancos como a luz.
E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele" - (Mateus 17.1-3).


Veja também: I Pedro 3.19-20 - I Pedro 4.6 - Marcos 12.26-27 e Romanos 11.15.


2 - A reencarnação.


"Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" - (Mateus 11.13-15).


Veja também Mateus 17.9-13 e João 3.3-13


3 - A lei de causa e efeito.


"Então Jesus disse-lhe: Enfia no seu lugar a tua espada; porque todos que lançarem mão da espada à espada morrerão" - (Mateus 26.52).


"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará" - (Gálatas 6.7).


Veja também: Mateus 18.7


4 - A comunicação entre o mundo material e espiritual.


"E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visão, e os vossos velhos sonharão sonhos;
E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias, e profetizarão;" - (Atos 2.17-18).


"E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando; e também estes seis irmãos foram comigo, e entramos em casa daquele varão;" - (Atos 11.12).


Veja também: Mateus 17.1-3 - I Samuel 28.11-20 e Números 11.26-30


5 - A evolução progressiva dos Espíritos.


"Um semeador saiu a semear a sua semente, e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram;
E outra caiu sobre pedra, e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade;
E outra caiu entre espinhos, e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram;
E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
E os seus discípulos o interrogavam, dizendo: Que parábola é esta?
E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios de Deus, mas aos outros por parábolas, para que, vendo, não vejam, e, ouvindo, não entendam.
Esta é pois a parábola. A semente é a palavra de Deus;
E os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois vem o diabo e tira-lhes do coração a palavra, para que se não salve, crendo;
E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam;
E a que caiu entre os espinhos, esses são os que ouviram, e, indo por diante, são sufocados com os cuidados, e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição;
E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança" - (Lucas 8.5-15).


Veja também: Gênesis 28.12


Tais princípios estão contidos na Bíblia e nas cinco obras básicas da Codificação, que os analisa de maneira racional e interessante. São elas:


- O LIVRO DOS ESPÍRITOS (1857). Obra de caráter filosófico. É considerado a espinha dorsal do Espiritismo, já que todas as outras obras partem de seus princípios.


- O LIVRO DOS MÉDIUNS (1861). Demonstra as conseqüências morais e filosóficas decorrentes das relações entre o mundo material e espiritual.


- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (1864). Parte religiosa e moral da Doutrina Espírita. Ensina a moral cristã através de comentários sobre as principais passagens da vida de Jesus Cristo.


- O CÉU E O INFERNO (1865). Allan Kardec apresenta a verdadeira face do desejado Céu, do temido Inferno, como também do chamado Purgatório. Põe fim às penas eternas, demonstrando que tudo no universo evolui.


- A GÊNESE (1868). Mostra como foi criado o mundo, como apareceram as criaturas e como é o Universo. É a parte científica da Doutrina. Explica a Criação, colocando a Ciência e a Religião face a face.


ESPIRITISMO E ESPIRITUALISMO SÃO A MESMA COISA?


Espiritualismo é o oposto do materialismo. Este, como se sabe, é o grande móvel da derrocada do homem, com sua doutrina imediatista, egoísta e exclusivista. Todas as religiões que acreditam existir no homem uma individualidade (alma ou Espírito) que sobrevive à morte do corpo carnal são espiritualistas. Entretanto, nem todo espiritualista é espírita.
O Espiritismo, como já citamos, também acredita na sobrevivência do Espírito e sua comunicação com o mundo material, contudo, tem sua base científica, filosófica e religiosa (moral) pautada na Codificação de Allan Kardec e no Evangelho de Jesus Cristo. Portanto tem um corpo doutrinário-filosófico organizado, utilizado por seus adeptos em suas vidas cotidianas e nas sociedades espíritas.


COMO O ESPIRITISMO EXPLICA O CÉU, O INFERNO E PURGATÓRIO?


Segundo o Espiritismo, as virtudes são eternas e os defeitos temporários. O objetivo da criatura é trabalhar incessantemente pela abolição das imperfeições e aquisição dos valores morais que eleva progressivamente o Espírito ao bem, ou à conquista do chamado "céu". Por acreditar que o mundo espiritual é a verdadeira morada, só aqueles que se elevam ao bem habitam as regiões celestiais ditas paraíso onde, diferente de outras religiões, o Espiritismo acredita habitarem Espíritos que trabalham na edificação do mundo novo. Na verdade, o céu não se trata de um lugar demarcado, mas de um estado de perfeição espiritual conquistado individualmente pelo Espírito, através de seu constante esforço. O que vale dizer que uns apressam e outros retardam seu próprio progresso.


"Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras" - (Mateus 16.27).


"A felicidade suprema é prêmio exclusivo dos Espíritos perfeitos ou puros. Eles a atingem só depois de haver progredido em inteligência e moralidade" - (Allan Kardec).


Deus em sua perfeição suprema, sendo a concepção da bondade e da caridade, só pode ter criado os Espíritos para um dia usufruírem da sua glória, e não para condená-los a sofrimentos eternos. É lógico concluir que as penas eternas são incompatíveis com a justiça do Pai.
A criação do inferno cristão se origina das concepções pagãs das penas e gozos eternos, com uma grande dose de exagêro. Deus condenaria sem piedade seus filhos maus a expiarem para sempre em regiões de dores e sofrimentos terríveis. Entretanto, em sua doutrina, Jesus nos trouxe um ensinamento contrário a esse pensamento :


"...Ou qual de vós, porventura, é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem" (Mateus - 7.11).


Portanto Deus, em sua infinita bondade e justiça, jamais condenaria seus filhos às penas eternas. Ao contrário, dá tantas oportunidades quantas precisamos para nosso crescimento espiritual.
O inferno, ou trevas segundo a Doutrina Espírita, é um estado de consciência compartilhado por aqueles cujos defeitos e sentimentos ruins predominam em suas personalidades, que se inclinam ao mau e nele se comprazem. São apenas irmãos imperfeitos e ignorantes, que têm o inferno dentro de suas próprias consciências e que, através de novas oportunidades dadas pelo Pai Celestial, através de sucessivas experiências encarnatórias também alcançarão a perfeição.


"E Ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?
E, achando-a, a põe sobre seus ombros, gostoso;
E, chegando a casa convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" - (Lucas 15.3-7).


"Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca" - (Mateus 18.14).


O chamado purgatório, por sua vez, é uma condição de sofrimento temporário para as almas que necessitam da conscientização de seus erros e ali permanecem até o arrependimento destes. Esta idéia é defendida por várias religiões, inclusive o Espiritismo, com alusão ao fato de que a permanência neste estado espiritual é mais ou menos longa, de acordo com a necessidade individual de cada Espírito sofredor. Conhecido como umbral na Doutrina Espírita, o purgatório é também um estado de espírito e não um local definido ou circunscrito onde habitam eternamente os Espíritos sofredores.
Analisando a questão por outro aspecto e levando-se em consideração que somos seres imortais trabalhando constantemente pela depuração do Espírito, pode-se compreender que cada reencarnação em mundos de provas e expiações, como a Terra por exemplo, funciona como uma "purgação" para o Espírito que almeja sempre sua felicidade em condições melhores.


"O purgatório não é, portanto, uma idéia vaga e incerta: é uma realidade material que vemos, tocamos e sofremos. Ele se encontra nos mundos de expiação e a Terra é um deles. Os homens expiam nela o seu passado e o seu presente em benefício do seu futuro" (Allan Kardec).


"Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a tem por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, se não que todos venham a arrepender-se" - (II Pedro 3.8-9).


O ESPIRITISMO COLOCA O HOMEM SOB A INFLUÊNCIA DOS DEMÔNIOS?


Só o preconceito pode justificar essa afirmativa. Afinal, como uma doutrina embasada no Evangelho de Jesus pode ligar alguém a demônios?
O Espiritismo não veio criar uma nova moral, mas sim facilitar aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, ao dar uma fé sólida, racional e esclarecida aos que buscam a verdade. Prega que o homem de bem, o verdadeiro cristão, é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade em sua plenitude. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz em dominar suas más inclinações.
O Espiritismo nos ensina que Deus, na sua bondade e sabedoria infinitas, não criou seres voltados ao mal por toda a eternidade. Há Espíritos ignorantes e imperfeitos que nos inflamam más paixões e nos induzem ao mal, assim como os bons podem nos influenciar para o bem.
O diabo é a representação alegórica do mal, que resume em si todas as mazelas dos Espíritos imperfeitos. São os chamados demônios, que nada mais são que Espíritos ignorantes e imperfeitos, ainda distantes do bem, que diante de corações impuros e preconceituosos, se comprazem com eles e lhes induzem ao erro, promovendo-lhes más idéias e julgamentos. Esses Espíritos não são patrimônio do Espiritismo e, como os bons, também podem estar em todo lugar, podendo ser atraídos por todos os que se afinizam com seus propósitos.
Lembramos que o próprio Jesus foi citado por seus inimigos de ser possuído por demônios, por falar de uma doutrina contrária aos valores vigentes. Contudo suas obras evidenciaram sua grandeza. É dele mesmo a afirmação de que cada árvore é conhecida pelo seu fruto e o fruto da Doutrina Espírita é evidenciado pelas suas boas obras. A maior e mais importante obra do Espiritismo é transformação da criatura através do estímulo ao autoconhecimento, retirando o homem do estado de ignorância em que se encontra, instruindo-o ao nível da luz.


"Mas alguns deles diziam: Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios.
E outros, tentando-o, pediam-lhes um sinal do céu.
Mas, conhecendo Ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa, dividida contra si mesma, cairá.
E se também Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu.
E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Eles pois serão os vossos juizes.
Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus" - (Lucas 11.15-20).


Veja também: Mateus 9.34 - Mateus 11.18 - Mateus 12.33 - Marcos 3.22.


POR QUÊ CONFUNDEM ESPIRITISMO COM UMBANDA?


A Umbanda é um culto religioso respeitado pelos espíritas como todos os outros o são, até mesmo porque está amparado no princípio geral da liberdade de crença contido na Constituição do Brasil. Contudo, ela não é Espiritismo. Seu acervo de símbolos, objetos, instrumentos, práticas, etc, não se ajustam de maneira alguma à Doutrina Espírita. Aqueles que confundem Umbanda com Espiritismo se apegam às seguintes afirmações: a Umbanda é espiritualista, rende culto a Deus, fundamenta-se em fenômenos produzidos por Espíritos desencarnados, aceita a reencarnação e faz caridade. Todavia, a Umbanda tem culto material, rituais, vestimentas específicas, imagens, altares, pontos riscados e denominações totalmente especiais para médiuns (cavalos) e Espíritos (exús, pretos-velhos, caboclos, ibegis), que não existem no Espiritismo. Além dessas abismais diferenças, a Umbanda não se rege pela Codificação de Allan Kardec. Portanto, está claro que embora espiritualista e ter características mediúnicas, a Umbanda não constitui variante nem modalidade do Espiritismo. Essa confusão se dá pelo desconhecimento do que seja a Doutrina Espírita e consequente interpretação errônea dos fenômenos da mediunidade.


O ESPIRITISMO FAZ MACUMBA, DESPACHO OU QUALQUER OUTRO RITUAL?


O Espiritismo não tem culto material e nem tem rituais, não prescreve qualquer vestimenta, nem função sacerdotal, não usa imagens, nem faz sacrifícios de animais ou seres humanos, não tem símbolos ou sinais cabalísticos, não faz cerimônias matrimoniais, ou de batismo, nem exorcismo. Resumindo, a Doutrina Espírita tendo como principal objetivo o cultivo dos valores do Espírito é totalmente isenta de atos exteriores. Sua nomenclatura se baseia nas obras da Codificação e suas práticas mediúnicas são executadas dentro de um ambiente evangélico de harmonia e oração, sem qualquer culto exterior ou movimentos e palavreado estereotipados. Suas reuniões mediúnicas são fechadas ao público e conduzidas com rigor, onde não existem velas, cantos, danças, cigarro bebida ou cobrança de taxas.
Compreende-se, portanto, que qualquer culto que contenha tais práticas, não pode e não deve receber a designação de espírita.


"Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" - (João 4.24).


"Amados não deis crédito a qualquer Espírito. Antes, provai os Espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora" - (I João 4.1).


"E não consentia que alguém levasse algum vaso pelo templo.
E os ensinava, dizendo: Não está escrito - A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.
E os Escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam, porque toda multidão estava admirada acerca da sua doutrina" - (Marcos 11.16-18).


"Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que o holocausto" - (Oséias 6.6).


O ESPIRITISMO FAZ USO DE BOLA DE CRISTAL, PRATICA QUIROMANCIA, ASTROLOGIA, HIPNOTISMO, MAGIA OU PARAPSICOLOGIA?


Dentre uma série de práticas rotuladas erroneamente como espíritas, estão estas e também outras como a terapia regressivas a vidas passadas (TRVP), a transcomunicação instrumental (TCI), a cristalterapia , a cromoterapia, ufologia etc. A maioria delas não possue fundamentação doutrinária lógica, e não encontram respaldo nas obras de Allan Kardec, portanto, não são práticas espíritas.
Qualquer Centro Espírita que se utilize de tais práticas está se desviando dos seus verdadeiros e nobres objetivos.
As notícias frequentemente veiculadas pela mídia em geral, de que os espíritas previram o futuro, fizeram oferendas a Iemanjá, estão ligados a culto demoníaco, dentre outras, comprovam o desconhecimento que existe sobre a Doutrina Espírita, apesar da sua atual expansão e crescente número de adeptos. O Espiritismo não é responsável pelos que abusam do seu nome e o exploram.
Assim como a ciência médica não o é pelos charlatões que vendem suas drogas ou como a religião também não o é pelos sacerdotes que abusam do seu ministério.


"Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" - (Mateus7.15-16).


"Se alguém ensina alguma doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas" - (I Timóteo 6.3-4).


"Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, por que bom é que o coração se fortifique com graça, e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram" - (Hebreus 13.9).


POR QUÊ ALGUMAS RELIGIÕES COMBATEM TANTO O ESPIRITISMO?


Não há razões sensatas para o combate a uma doutrina que segue o Evangelho de Jesus Cristo, baseada no bem e no amor a Deus e ao próximo, discordante apenas das convicções filosóficas de algumas outras. A intolerância religiosa é marca dos falsos profetas, ignorantes na carne e no espírito, fruto das idéias preconcebidas e da presunção de serem donos da verdade. O combate ao Espiritismo se deve ao desconhecimento das suas idéias e à confusão que é semeada no meio, por aqueles que não se dispõem a examiná-las com racionalidade. Contudo, a Doutrina do Cristo frutificou apesar da falsa interpretação e oposição daqueles que não a compreendiam.
Se as pessoas que detratam o Espiritismo seguissem o ensinamento do Apóstolo Paulo, quando nos exorta a examinar tudo e reter o que é bom, certamente teriam outro posicionamento diante de determinadas idéias que repudiam sem conhecimento de causa. Se Jesus e seus discípulos recuassem diante dos inimigos de sua doutrina, o mundo hoje estaria órfão desse código de conduta que norteia a humanidade.


"Há verdadeiramente duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe reside a ignorância" - (Hipócrates).


"E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará.
Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus" - (Atos 5.38-39).


"Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem, todo o mal contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o nosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós" - (Mateus 5.10-12).


EXISTE ESPIRITISMO DE MESA BRANCA?


A Doutrina Espírita não comporta nenhuma ramificação. Como já explicado, por suas convicções dispensa qualquer ritual ou aparato. A designação popular de mesa branca pode ter advindo do fato de que as reuniões mediúnicas espíritas ocorrem, para simples acomodação, com os participantes dispostos ao redor de uma mesa, algumas vezes, com uma toalha branca recoberta sobre ela, o que é absolutamente dispensável. Como tais reuniões tem caráter íntimo e privado, disciplinado e beneficente, o termo mesa branca surgiu para diferenciar o Espiritismo de outros cultos, sendo este termo utilizado popularmente também como sinônimo de Kardecista. Trata-se de um equívoco generalizado, uma vez que só há um Espiritismo (termo criado pelo próprio Allan Kardec) e este não adota práticas exteriores para ser diferenciado. Assim , nem mesa branca, alto ou baixo Espiritismo, Espiritismo elevado etc, são sinônimos de Doutrina Espírita.


OS ESPÍRITOS PODEM INTERFERIR EM NOSSAS VIDAS?


Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores (pergunta 459 do L.E.) sobre esta questão e a resposta é clara e precisa: "Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem".


Os Espíritos atuam frequentemente sobre o nosso pensamento, dando-nos sugestões mais ou menos sensatas, boas ou más segundo sua natureza. Quando desencarnados, os Espíritos continuam com seus vícios ou virtudes e são bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou mentirosos, e estão por toda parte. Sendo assim, facilmente nos influenciam o pensamento e ações, e dependendo de nossa condição moral, recebemos boas ou más influências, pela sintonia que se estabelece entre os dois planos da vida. Aqueles providos de virtudes facilmente poderão ser auxiliados pelos bons Espíritos, ao contrário dos indivíduos voltados às paixões vulgares.
Nos textos bíblicos encontramos uma série de citações que nos falam dessa realidade. Eis alguns:


"E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com eles, não duvidando, porque eu os enviei" - (I Atos 10.19-20).


"Quando o Espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa donde saí.
E, chegando, acha-a varrida e adornada.
Então vai, e leva consigo outros sete Espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro" - (Lucas 11.24-26).


COMO NOS LIVRAMOS DAS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS?


Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, sentimentos contrários ao egoísmo e ao orgulho, fontes das más inclinações. Em todos os ensinamentos do Mestre, as virtudes são apontadas como o caminho para a paz espiritual e a felicidade eterna. Sabendo-se que os Espíritos aliam-se a nós pela afinidade de pensamentos e sentimentos, o cultivo dos bons pensamentos, o esforço para melhoria íntima e a prática da caridade aliados à oração, dificultam muito ou até mesmo impossibilitam o acesso dos maus Espíritos ao nosso pensamento.
A doutrina de Jesus tem como objetivo levar o ser ao entendimento de sua condição de Espírito imortal, fadado à perfeição. Através do autoconhecimento, trabalhando incessantemente para exterminar vícios e adquirir virtudes, poderemos nos livrar com mais facilidade das más companhias espirituais.


"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o Espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" - (Marcos 14.38).


"Por isso vos digo que tudo que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e te-lo-eis;
E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos Céus vos perdoe as vossas ofensas;
Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai que está nos Céus, vos não perdoará vossas ofensas" - (Marcos 11.24-26).


O QUE É MEDIUNIDADE?


É uma faculdade natural de toda criatura viva. Podemos dizer que é um canal psíquico que todos possuem e que liga o Espírito encarnado ao mundo invisível. É, portanto, através da mediunidade que os encarnados recebem a influência dos desencarnados, funcionando como uma ponte entre os dois planos.
Embora seja faculdade comum a todos as criaturas, em alguns indivíduos ela se encontra mais exacerbada, sendo capaz de produzir fenômenos ostensivos como a profetização, a psicografia e os efeitos físicos.
Sendo uma faculdade orgânica, não depende da qualidade moral de quem a possui. Isso faz com que haja uma grande diversidade no uso que se faz dela, existindo tanto aqueles que a utilizam para o bem, como para fins ilícitos, inclusive os comerciais.


"Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes" - (I Corintios 12.1).


"Todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer a Deus, pois há criaturas que não as possuem. Podias perguntar porque Deus concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloquência aos que só a utilizam para o mal. Acontece o mesmo com a mediunidade. Criaturas indignas a possuem porque dela necessitam mais do que as outras, para se melhorarem" - (Livro dos Médiuns - Questão 226).


O QUE É MÉDIUM?


Se todos são dotados desse canal psíquico por onde recebem influência espiritual, logo todas as pessoas são médiuns. Há aqueles, contudo, com uma capacidade ostensiva de receber e transmitir comunicações de Espíritos, atuando como intermediários ou como agentes das manifestações dos Espíritos. Estes são dotados de mediunato, uma faculdade especial, suscetível de desenvolvimento, e que, quando bem direcionada, pode ser utilizada como um importante meio que os Espíritos superiores utilizam para edificar o ser ao nível do entendimento.
Segundo sua aptidão, o médium pode exercer sua tarefa em uma das muitas variedades de mediunidade, como por exemplo escreventes ou psicógrafos, falantes, de efeito físico, videntes, curadores, entre outros.
A pessoa dotada deste dom divino, tem a obrigação de se instruir sobre ele a fim de colocá-lo a serviço da obra do Senhor. A mediunidade só tem sentido quando praticada com essa finalidade.


"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
E a outro, pelo mesmo Espírito a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os Espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas" - (I Corintios 12.7-10).


A MEDIUNIDADE FOI INVENTADA PELO ESPIRITISMO?


A mediunidade, tampouco os médiuns, são privilégios do Espiritismo ou foram inventados por ele. A mediunidade sempre existiu, uma vez que sempre existiram os planos material e espiritual. A própria Bíblia refere-se às suas manifestações em diversas de suas passagens, assim como é identificada nas práticas de muitas religiões da atualidade, embora com outros nomes.
O Espiritismo simplesmente trouxe os ensinamentos capazes de nos orientar a tirar melhor proveito da mediunidade, no sentido de fazer dela um instrumento moralizador e de libertação dos Espíritos. É uma fonte material que prova a sobrevivência da alma após a morte, ampliando nossos conhecimentos acerca dos ilimitados horizontes espirituais. Sua prática não tem como meta apenas a produção de fenômenos destinados a despertar os incrédulos ou curar suas enfermidades espirituais ou carnais; serve para alertar o ser humano de sua necessidade de despertar para o sentido verdadeiro da vida. Quando bem utilizada é uma importante alavanca para a evolução espiritual.


"Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o Espírito de adivinha, para que vá a ela e a consulte. E os seus criados lhe disseram: Eis que em Endor há uma mulher que tem o Espírito de adivinhar.
E Saul se disfarçou e vestiu outros vestidos, e foi ele, e com ele dois homens, e de noite vieram à mulher; e disse: Peço-te que me adivinhes pelo Espírito de adivinha, e me faças subir a quem eu te disser.
Então a mulher lhe disse: Eis aqui tu sabes o que Saul fez, como tem destruído da terra os adivinhos e os encantadores; porque, pois, me armas um laço a minha vida, para me fazer matar?
Então Saul lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Vive o Senhor, que nenhum mal te sobreviverá por isso. A mulher então lhe disse: A quem te farei subir? E disse ele: Faz-me subir a Samuel.
Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul.
E o rei lhe disse: Não temas; porém que é o que vês? Então a mulher disse Saul: Vejo deuses que sobem da terra.
E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou" - (I Samuel 28.7-14).


O QUE É REUNIÃO MEDIÚNICA OU SESSÃO ESPÍRITA?


O Espiritismo nos ensina que as comunicações inteligentes ocorrem por uma ação do Espírito sobre o médium, devido a uma afinidade ou sintonia entre o pensamento de ambos. Tais comunicações podem ser realizadas espontaneamente ou por meio das evocações dos Espíritos e, como já citado, tem caráter privado e moralizador. Através da comunicabilidade estabelecem-se as condições para se consolar os Espíritos sofredores, desvendar os laços entre aqueles que se odeiam e se acham perturbados e ainda receber orientações dos bons Espíritos. Estas práticas são realizadas nas chamadas reuniões mediúnicas, ou sessões espíritas, conduzidas de acordo com a disciplina da Codificação Kardequiana e com o Evangelho de Jesus, com o máximo de simplicidade, seriedade e preferencialmente, nos Centros Espíritas. Dela participam médiuns e orientadores, estes últimos denominados dirigentes da reunião, que são incumbidos da interpretação das comunicações e orientação dos médiuns e Espíritos.
Uma reunião mediúnica séria e confiável é aquela onde prevalecem os bons sentimentos, a harmonia e homogeneidade de pensamentos entre a equipe de trabalho. É prudente ter cautela com aquelas que não obedecem certos critérios de disciplina, que não valorizam o estudo, tampouco se preocupam com a moralização dos médiuns.


"Se o médium é de baixa moral, os Espíritos inferiores se agrupam em torno dele e estão sempre prontos a tomar o lugar dos bons Espíritos a que ele apelou. As qualidades que atraem de preferência os Espíritos bons são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais" - ( Allan Kardec).


"Que fareis, pois irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, fale consigo mesmo e com Deus.
E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
Mas se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cala-se o primeiro.
Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados" - (I Corintios 14.26-31).


TODOS OS QUE LIDAM COM ESPÍRITOS SÃO ESPÍRITAS?


Sabendo-se que os Espíritos estão por toda parte e que a mediunidade é uma faculdade inerente a qualquer pessoa, é evidente que nem todos os que lidam com Espíritos são espíritas. As pessoas que assim pensam têm total desconhecimento do que é o Espiritismo.
Esse falso julgamento faz com que as pessoas tenham uma idéia errônea do que seja a Doutrina Espírita e dela se afastem sem buscar conhecê-la.


PARA SER ESPÍRITA TEM QUE RECEBER ESPÍRITOS?


Espírita é aquele que crê, estuda e segue a Doutrina Espírita. É reconhecido pelo esforço que faz em aprimorar-se dentro dos princípios cristãos, não tendo necessariamente que trabalhar com a mediunidade.
A faculdade mediúnica como missão, ou mediunato, como todas as demais faculdades, não deve ser imposta. Uma vez detectada e em acordo com o desejo do médium, deve ser desenvolvida em sessões espíritas apropriadas, com dedicação sincera e humildade, para ser verdadeiramente produtiva. O espírita pode servir em muitas outras frentes de trabalho que nada tem a ver com a mediunidade, buscando, contudo, em todas as oportunidades fazer o melhor possível.


OS ESPÍRITOS PODEM REALIZAR CIRURGIAS OU TRATAMENTOS DE CURA ATRAVÉS DE MÉDIUNS?


O funcionamento do organismo humano está subordinado a uma direção espiritual, uma vez que a saúde ou a enfermidade reflete o panorama interior do Espírito. Disso se conclui que a alma retém todos os recursos curadores definitivos.
Todos somos dotados de uma energia, um magnetismo ou fluido natural, específico, denominado fluido vital. É o princípio da vida material e pode ser de melhor ou pior qualidade dependendo da ação de nosso pensamento sobre ele. Tal fluido tem a capacidade de atuar na intimidade celular, alterando as estruturas moleculares. Fazendo parte da estrutura orgânica do ser, pode ser doado ou recebido por intermédio da nossa vontade. Algumas pessoas não têm a capacidade de secar uma planta ou adoecer uma criança através de um simples olhar mal intencionado? Outros não nos dão a sensação de bem estar apenas nos tocando ou olhando? São fenômenos naturais da emanação do fluido vital e fonte de muito conhecimento ainda obscuro no campo da ciência oficial.
Tal fluido, vindo do médium, pode ter sua capacidade voltada para a cura, quando auxiliado por um bom Espírito. Ambos podem dar-lhe um determinado fim que o faz adquirir propriedades novas, facultando-lhe a possibilidade de substituir moléculas doentes por sadias, proporcionando assim a cura das enfermidades físicas. Desta forma é que ocorrem as cirurgias ou tratamentos espirituais, que se utilizam destes fluidos com capacidade curadora através das qualidades morais que lhe são impostas.
Tais procedimentos podem ser realizados pela simples imposição das mãos, ou simplesmente do pensamento dirigido ao enfermo.
As práticas de cura mediúnica em que são utilizados instrumentos de corte e ou receitas não são recomendados, inclusive pela ilegitimidade legal das mesmas em nossa sociedade. Estas, muitas vezes legítimas, têm apenas a finalidade de promover ou despertar a atenção dos incrédulos acerca dos fenômenos espirituais.
Assim, uma grande força fluídica, aliada à soma das qualidades morais de quem a utiliza, pode operar verdadeiros prodígios sobre as enfermidades, ressaltando que a ocorrência destes está ligada ao merecimento e a fé dos enfermos.


"E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz" - (Lucas 8.48).


"E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os Espíritos malignos se retiravam" - (Atos, 19 - 11, 12).


O QUE É O PASSE?


O passe é uma transmissão de fluidos benéficos, com caráter assistencial e regenerador, que é aplicado pela simples imposição de mãos, dispensando qualquer contato físico entre o passista e o receptor. O passe permite a regeneração dos enfraquecidos, física ou espiritualmente. O passista detém uma grande responsabilidade, pois cabe a ele impor as mãos sobre as pessoas carentes e abençoá-las em nome do Criador. Ele não é nenhuma pessoa especial, necessita apenas ter o desejo sincero de servir e viver uma vida sadia, sem vícios e cultivando bons pensamentos.


"E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda" - (Atos 3.6).


"E rogava-lhe muito dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva. E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão que o apertava" - (Marcos 5.23-24).


"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: De graça recebestes, de graça dai" - (Mateus 10.8).


"Pegarão nas serpentes, e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão" -(Marcos 16.18).


"E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos" - (Atos 6.6).


O QUE É CENTRO ESPÍRITA E QUAIS SÃO SUAS ATIVIDADES?


Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" - (Mateus 18.20).


O Centro Espírita é uma casa religiosa onde se ensina, pratica, estuda e divulga a Doutrina Espírita. Em suas atividades estão incluídas palestras públicas, nas quais são comentados ensinamentos da Codificação Kardequiana e do Evangelho de Jesus, além de assistência espiritual e material aos necessitados.
O socorro espiritual é obtido através do atendimento individual àqueles que se encontram em aflição e desequilíbrio, com orientações e passes como fonte de regeneração e amparo. Também inclui sessões espíritas reservadas onde se lida com a mediunidade na área da desobsessão (perturbações espirituais), sem a participação dos necessitados, onde são esclarecidos e afastados Espíritos sofredores ou de corações endurecidos que porventura sejam a causa de seus problemas.
O Centro Espírita tem como objetivo primeiro, orientar as pessoas no sentido de melhorar sua qualidade de vida através da ação reeducadora da moral do Cristo. Endereçando o homem a esse entendimento, ele de forma mais ou menos rápida, poderá livrar-se das más influências e atrair as boas, que o ajudarão a seguir adiante de forma equilibrada e sadia.
Ao procurar um Centro Espírita, todos poderão receber orientação individual através de entrevistas particulares, participar de palestras públicas e receber passes. O contato com o estudo da Doutrina e com os Espíritos depende de normas rígidas e particulares de cada Centro, mas o bom senso nos diz que a disciplina e o estudo são metas que devem ser observadas com rigor para o sucesso das atividades.
O socorro material, por sua vez, considerado como uma atividade paralela, mas de grande importância, é dado através da assistência a necessitados em forma de alimentos, vestuário, abrigo, remédios, etc. Os recursos são obtidos através de uma variedade de promoções realizadas em cada Centro Espírita, como almoços, jantares, bazares beneficentes, campanhas de arrecadação de alimentos etc, evitando-se rifas, bingos e outras atividades pouco éticas.
O comportamento dos servidores e frequentadores dos Centros Espíritas se pauta na harmonia, cordialidade, desejo de servir ao próximo em nome de Jesus e dos bons Espíritos, de maneira que qualquer casa que cobrar taxa pelas orientações ou assistência não são espíritas, mesmo que mantenham uma placa na porta com essa designação.


COMO RECONHECER UM BOM CENTRO ESPÍRITA?


Nunca é demais repetir que um bom Centro Espírita é aquele que segue os preceitos da Doutrina Espírita, com orientação pautada nas obras da Codificação Kardequiana. Todo aquele que adota práticas contrárias às contidas em tais obras, que pratica atos exteriores e desprovidos de racionalidade, deve ser evitado.
O Centro Espírita, como porta-voz do Espiritismo, no seu aspecto tríplice: religioso, científico e filosófico, desenvolve suas atividades baseado no "dai de graça o que de graça recebestes", proporcionando um entendimento mais completo das leis de Deus e suas aplicações. Logo, o Centro Espírita é um local de paz, harmonia, consolo, onde ao adentrar suas portas, o homem que sofre com tantas tragédias e desequilíbrios que o atingem e à toda humanidade, inicia a formação do alicerce para uma mudança interior que o amparará racionalmente por toda a sua vida.


O QUE A DOUTRINA RECOMENDA PARA AS PESSOAS COM FÍSICOS E ESPIRITUAIS?


Recomenda que devemos nos interessar sempre por ideais nobres, ocupar nosso tempo com estudo e trabalho, praticar a caridade especialmente para com terceiros e manter a vigilância sobre nossos atos e pensamentos. A maneira segura de afastar as influências más é atrair as boas, uma vez que onde há luz não permanecem as sombras.
O próprio Codificador nos esclarece que fechar portas e janelas ou fazer uso de defumadores e velas não afasta Espíritos perturbadores. Contudo, pensamentos elevados não são alvo destes irmãos ignorantes e desocupados, que não se aproximam por faltar-lhes afinidade.
Uma postura elevada alivia os sofrimentos morais e físicos que, associada ao passe, um recurso energético de renovação, pode operar verdadeiros prodígios. As enfermidades físicas , muitas vezes, têm também causa espiritual e podem ser atenuadas ou até sanadas pela prática citada acima, porém tem seu componente orgânico que não dispensa, em hipótese alguma, um tratamento médico especializado.
Portanto, a Doutrina Espírita prima por simplicidade, conforme exorta Jesus a seus seguidores. Ao invés de fórmulas mirabolantes, amuletos, talismãs ou outra coisa qualquer, prescreve única e exclusivamente a reforma íntima como remédio. Tendo Evangelho de Jesus como código de conduta, o homem descobrirá o segredo da felicidade, vivenciando o amor a Deus e ao próximo. Levar o homem a essa descoberta é o maior bem e o maior objetivo da Doutrina Espírita.
A tratamento das enfermidades físicas e psicológicas pelos métodos espíritas não dispensam, em nenhuma circunstância, a consulta ou o tratamento médico.


QUEM FOI ALLAN KARDEC?


Allan Kardec foi o pseudônimo do homem que codificou a Doutrina Espírita. Seu nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail. Usava tal pseudônimo para evitar que seu nome, já bastante conhecido nos meios literários, ficasse em evidência. Nasceu em Lion, na França, em 03 de outubro de 1804 e desencarnou subitamente em consequência de um aneurisma, em 1869 aos 65 anos de idade. Era casado, falava quatro idiomas, estudava astronomia e fenômenos ligados ao magnetismo. Estudou na escola de Pestalozzi, o pai da pedagogia moderna. Escreveu diversos livros didáticos e lecionava para alunos sem recursos financeiros.
Em certa ocasião foi convidado por um amigo de nome Fortier, para assistir a uma brincadeira de salão em evidência na época: as mesas girantes que se comunicavam através de batidas com seus pés.
Pensando tratar-se de algum fenômeno ligado ao magnetismo aceitou o convite. Após algumas sessões foi se intrigando, uma vez que, descartadas as causas conhecidas ou truques, convencia-se de que, por detrás das mensagens, havia alguma causa inteligente responsável pelos movimentos.
A causa inteligente que se manifestava dizia que os fenômenos eram provocados por Espíritos de homens que já haviam vivido no mundo. Passou a estudar o fenômeno e numa das reuniões, agora promovidas pelo próprio Kardec, um Espírito que usou o nome de Verdade, dizia que caberia ao professor desenvolver, dar corpo, codificar uma nova doutrina filosófica e religiosa.
Allan Kardec desempenhou com sucesso as obrigações de que fora incumbido, explicando todos os fenômenos de maneira racional, revivendo e reforçando os ensinamentos de Jesus e da Espiritualidade Superior.
Utilizou-se de vários médiuns diferentes, que foram cuidadosamente escolhidos, uma vez que o próprio Kardec não era médium. Fazia perguntas aos Espíritos, revisando e comparando repetidamente as respostas.
Todos os ensinamentos da Doutrina Espírita, foram reunidos em cinco obras básicas: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).


QUEM É CHICO XAVIER?


Trata-se de um expoente dentro do Movimento Espírita no Brasil. Nascido em 1910 e doente dos pulmões desde os doze anos de idade, dedica-se, há mais de sessenta anos, ao Espiritismo. É médium psicógrafo, recebe as mensagens de desencarnados transcrevendo-as para o papel. Já escreveu mais de 290 livros com mais de 10 milhões de exemplares vendidos, sendo os direitos autorais totalmente doados à causa Espírita.
Órfão desde os cinco anos, este Espírito missionário sofreu todos os tipos de privações, foi perseguido, caluniado, ironizado, traído, mas sempre perseverou na sua tarefa, com paciência e serenidade, que são suas marcas.
Sua obra já foi comprovada cientificamente, tanto pelo teor fidedigno das informações fornecidas por pessoas já desencarnadas que se comunicaram por seu intermédio, quanto à autenticidade das assinaturas de alguns autores das mensagens.
Sendo o escritor que mais vende no Brasil até hoje em atividade, apesar de estar muito enfermo, é um dos grandes responsáveis pela propagação do Espiritismo e tem levado o conforto e o esclarecimento a muitos que se encontram em sofrimento.


PORQUE A MAIORIA DAS PESSOAS SÓ SE TORNAM ESPÍRITAS DEPOIS DE GRANDES SOFRIMENTOS?


Os sofrimentos fragilizam as pessoas que, diante deles, buscam o consolo e o esclarecimento para seus males. Esgotados os recursos terrenos e a fé em doutrinas materialistas ilusórias e irracionais, chegam a total descrença, revoltando-se com Deus por seus próprios males.
O Espiritismo vem trazer as provas àqueles que negam ou duvidam que a alma existe, é eterna e que sobrevive ao corpo. Explica que sobre ela recaem as consequências de seus atos, que a reencarnação é a prova da justiça divina ante às aflições, entre tantos outros fundamentos esclarecedores. Assim abranda as amarguras e os desgostos da vida, acalma os desesperados e as agitações da alma, dissipa as incertezas e os temores do futuro. Por isso consola e torna felizes aqueles que nele ingressam. Aí está o grande segredo da fácil aceitação ante os sofrimentos.
Fornecendo uma explicação racional para as causas de tudo, o homem que sofre descobre que depende de si não sofrer mais, e que de acordo com sua semeadura terá boa ou má colheita. Trabalha, portanto, para sua felicidade, entendendo quem é, de onde vei e para onde vai.


POR QUE ESTÁ AUMENTANDO O NÚMERO DE ADEPTOS DO ESPIRITISMO?


O crescimento exagerado do materialismo, um sistema que ao mesmo tempo que impulsiona o desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade, gera a competitividade selvagem e a opressão, fez com que os valores morais que equilibram o bem estar social fossem perdendo suas forças. Os povos, devido às variadas revoluções internas e externas em todos os sentidos, sofrem com a degradação da essência da vida coletiva: as leis do Evangelho. Na tentativa de conquistar adeptos entre os frágeis e carentes, as religiões e cultos se multiplicam, caminhando para um colapso dos pensamentos e crenças. As novidades acerca do que é a vida e os seus mistérios se avolumam, muitas desprovidas de qualquer base científica, lógica ou racional exacerbando a crise que precede a um esperado terceiro milênio de regeneração.
Entre as religiões, o caráter racional e consolador do Espiritismo faz com que ele se sobressaia e exerça forte influência sobre aqueles que o procuram, pois fornece-lhes o equilíbrio tão almejado, a fé provida de lógica e a esperança compreendida. Esta é a causa da sua propagação.


MAS AFINAL, O QUE É ESPIRITISMO?


O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se pode estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações.
Segundo Allan Kardec, o Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal. No Brasil, organizou-se como um movimento religioso, com aproximadamente 7 mil centros espíritas.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Ao fim desta pequena obra, esclarecemos que o seu principal objetivo foi posicionar a Doutrina Espírita no lugar que lhe é de direito, face a tantas controvérsias, confusões e preconceitos que envolve seu nome, por desconhecimento de seus fundamentos.
Não tivemos a intenção de contrariar qualquer outra crença, mesmo porque, como espíritas, acreditamos que todas têm sua utilidade e buscam a Deus. O Mestre Jesus nunca nos ensinou que devêssemos ser desta ou daquela religião, mas que conduzíssemos nossas vidas de acordo com os ensinamentos do Pai, filosofias à parte.
Eis que estamos diante do fato inegável de que o Espiritismo joga por terra o materialismo e as idéias preconceituosas que fazem dele os que se julgam donos da verdade. Ele é o Consolador Prometido por Jesus, que afugenta as dúvidas e soluciona racionalmente os dramas da existência. É uma Doutrina absolutamente séria e despojada de culto exterior. Talvez por estas e outras tantas razões vem sofrendo os ataques da intolerância que assombra todas as revoluções de idéias.
Temos consciência de que entre os que não são espíritas poucos chegarão às últimas linhas deste escrito, como são poucos os que se dispõem a analisar seriamente as idéias novas, desprovidos de preconceitos. Contudo, se entre estes poucos encontram-se alguns que queiram clarear seus Espíritos, fugindo da falsa ortodoxia dominante nos nossos tempos, estes irmãos nos serão muito caros.
Seguidores ou não do Espiritismo, ao menos comporão o rol daqueles que detém a grande responsabilidade e o prazer de respeitar seu próximo e ser chamado de verdadeiro cristão. Infelizmente, ainda restarão dúvidas a serem dissipadas. Nem mesmo tentamos esclarecer todas elas, mas deixamos, no final, uma relação de obras às quais poderão ser consultadas e examinadas cuidadosamente pelo leitor interessado em conhecê-las mais profundamente. Nos perdoem a repetitividade de algumas idéias, o que julgamos em certas ocasiões ser necessário, e que os Espíritos Superiores possam abençoar a todo homem de bem, independente de sua religião ou raça.
Sem mais, ficamos com as palavras do espírito Erasto: (Paris, 1863), quando indagado sobre como reconhecer os verdadeiros espíritas:


"Vós os reconhecereis pelos princípios, de verdadeira caridade que eles professarão; vós os reconhecereis pelo número de aflições às quais eles terão levado consolações; vós os reconhecereis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; vós os reconhecereis enfim pelo triunfo dos seus princípios, porque Deus quer o triunfo da sua lei; aqueles que seguirem sua lei são seus eleitos e Ele lhes dará a vitória, mas esmagará aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela um meio para satisfazer sua vaidade e sua ambição".


RELAÇÃO DAS OBRAS A SEREM ESTUDADAS PELO INTERESSADOS:


O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Céu e Inferno
A Gênese
Todas as obras citadas são de autoria de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.


FONTE: http://www.espirito.org.br/portal/doutrina/afinal-o-que-eh-espiritismo.html